segunda-feira, 22 de maio de 2017

SGP Top 50: Os melhores lutadores de KOF (5 de 5 - Bad Ending)

Sem mais quaisquer necessidades de apresentações ou enrolações vamos às minhas preferências entre os mais de cem lutadores de The King of Fighters. Devo dizer que meu critério de escolha envolve todos os fatores sobre eles: design, tema musical, golpes, participações na história e o mais importante: o quão gosto de jogar com ele(a).

Todos os meus 10 lutadores favoritos estão presentes nesta versão: The King of Fighters XI.

Se você perdeu as posições anteriores, clique aqui. Vamos ao longo e emocionante (nem tanto) Top 10 de FGCWatcher, o autor deste blog. Mas hoje trago apenas o Bad Ending (final falso) desta lista. Leia até o final para entender.

#10: Ralf Jones


Um dos personagens mais clássicos da série. O norte-americano (que antes era tratado com brasileiro) Ralf Jones está presente em todas as edições do jogo e possui um estilo que combina socos explosivos, agarrões brutais e muitos gritos combinados aos melhores Danger Moves de toda a série. No seu primeiro criado em '94, o Baribari Vulcan Punch, ele dá uma rápida sequência de socos e termina com um uppercut, mas bem diferente dos shoryureppa da vida. Em '96 ganha o espetacular Umanori Vulcan Punch, no qual derruba o oponente e soco várias vezes terminando com um soco explosivo. E em '97 ganha o Galactica Phantom que dispensaria apresentações, mas vale a pena lembrar:

Demora pra sair, mas quando pega é Fatality!
A história de Ralf não começa em The King of Fighters '94. O jovem surgiu com o nome de Paul em um game de aventura com tiros chamado Ikari que tinha o enredo semelhante ao filmes de guerra Rambo, do ator Sylvester Stallone. Aliás, até que Ralf lembra um pouco o brutamontes. E depois de três jogos da franquia, ele passou a ser membro indispensável e futuro líder dos Ikari Warrriors, time sob a tutela de seu superior em comando, Heidern. Seus companheiros variam entre Leona - a quem ele tem uma admiração especial - e Whip, mais a presença do inseparável Clark, seu quase irmão de tantas semelhanças no início da série KOF. E com ele, uma amizade verdadeira foi estabelecida ao longo da história, fazendo até mesmo com que seu amigo loiro até saísse da sua fortaleza de seriedade.
Esta é a intro especial de KOF '98 entre Ralf e Clark: CROSS CHANGER!
Ralf foi importante em todos os episódios da série pois sempre esteve metido nas investigações para desbancar cada vilão que surgia. Na verdade, acredito que os Ikari são os verdadeiros merecedores do título Heroes Team que foi dado ao time do Japão. A cada versão de KOF, a jogabilidade de Ralf se modificava e ele ia ganhando e perdendo golpes para ficar cada vez mais diferenciado de Clark. E em KOF XI, acredito que tenha recebido sua incarnação mais fácil de jogar. E com a chegada de KOF XII e XIII, seu design foi modificado para um cara viciado em anabolizantes, tornando-se um dos mais brutamontes do jogo em aparência. Apesar da polêmica, eu consigo gostar desses exageros e dessa caricatura que deram a ele. E com novos golpes mais focados em porrada com bomba, Ralf ganhou um poderoso Neo Max Danger Move, o Jet Vulcan Punch que é uma clara homenagem ao golpe Jet Gatling Gun de Ruffy do anime One Piece. Saí até a fumacinha do final. Dois épicos.



O senhor Jones ainda aparece em 3D no game KOF Maximum Impact 2 (ou 2006 aqui no Ocidente) com uma versão alternativa e bem extravagante chamada Armor Ralf. Claro que o fator armor estava incluso nele e sua jogabilidade é absurdamente quebrado, favorecendo demais os jogadores que o escolherem. E mesmo quando uma continuação foi lançada (Regulation A), Armor Ralf foi retirado do elenco. Quanta ignorância, não? Por fim, ele ainda apareceu na série Metal Slug a partir da sexta versão. Claro, tiro, porrada e bomba é com ele mesmo.

Essa realmente é uma aparição estranha do soldado de Heidern...
Eu sempre gostei das músicas temas dos mercenários Ikari e achava que seu tema de 2002 UM era a mais indicada pra ele. E quando XIV foi lançada, uma música especial aparece no confronto entre Ralf e Clark: Ikari - XIV Version - sim, o mesmo tema da primeira fase da série que virou um rock pesado para combinar com sua agressividade! E qual o verdadeiro motivo de ele estar em meu Top 10? Eu morei em uma apartamento que ficava em cima de comércios, incluindo um fliperama. E quando eu menos esperava, ouvia o Ralf gritar "Galactica Phantom... DOKKAN!" e "Hakairyoku!" e aquilo ficava na cabeça por horas, até que eu descia e gastava meus centavos nas máquinas de '97 e '98. Foi memorável de verdade.

Ralf nunca negou seu bom-humor fora das lutas, sempre servindo como alívio cômico do time.
E agora é o momento que muitos torcerão o nariz e irão parar de ler esta postagem, pois o cara abaixo tem fãs demais.

#9: Iori Yagami / Orochi Iori


A série The King of Fighters deve muito da sua popularidade a este rapaz, especialmente com o público feminino, que tanto admira o design e a personalidade de Iori Yagami. Apesar de ter sido criado para ser o antagonista da série em oposição a Kyo Kusanagi, este é o fato menos interessante de Iori. Seus cabelos ruivos em penteado que desafia a gravidade, uma coleira no pescoço, uma camisa curta por cima de uma longa, um cinto amarrado aos seus joelhos e uma desafiante calça vermelha causam um forte impacto na vista daqueles que o conhecem pela primeira vez. Mas, logo você esquece o excelente design, pois Iori possui um dublador que imprime toda a agressividade que o personagem exibe em seus perfeitos golpes com as estilosas chamas roxas. E aí vem a melhor parte dele: a jogabilidade. Todos gostam de fazer o "1,2,3", fato.

Confesse, você ia aos Arcades apenas para ver isso. (Só que mais lento)
Embora seja recorrente na franquia, Iori apareceu apenas na segunda edição do torneio em '95, junto com Billy Kane e Eiji Kisaragi, com a proposta de representar uma ameaça ao time dos rivais dos heróis da SNK: Kyo, Terry e Ryo. Mas logo Yagami percebeu que essa temática era pequena demais para ele e descontou sua derrota nos seus dois companheiros de time no final de '95 por não terem sido vencedores. No ano seguinte, as ex-secretárias de Rugal e agentes secretas de Orochi estavam em busca do ruivo para formar um time de KOF, temendo que seu poder de Orochi saísse de controle. E claro que saiu e mais duas companheiras foram (quase?) mortas, só que desta vez com Iori foi tomado pela característica Revolta de Sangue provocada por Goenitz em seus últimos momentos de vida em '96. 

Iori "demônio" é uma das melhores adições de KOF '97. Momentos épicos com aqueles urros destoantes.
Completamente culpado pelo incidente do ano anterior exibido nas transmissões mundiais de KOF, cometido por si próprio, Iori decide não participar mais do torneio. Porém, Chizuru Kagura o inscreve sem sua permissão como um lutador solo e então ele acaba por participar dos eventos. Mas o real motivo para Kagura ter feito isso é que ela sabia que Orochi seria ressuscitado e precisaria ser selado, mas só faria isso com o seu Espelho Yata, a Espada de Kusanagi e a Jóia Yasakani que pertence à família Yagami. Na prática, esses três artefatos são os poderes de seus respectivos donos, Chizuru, Kyo e Iori, tal como aconteceu em 1800 anos antes dos eventos de '97. E após vencer Orochi, Iori desapareceu - graças ao desaparecimento de seu rival. 

O momento mais sublime da saga Orochi é protagonizado por Iori.
Sua história na série só volta a ser destaque na saga de Ash, na qual ele é tomado pelo sangue de Orochi, espanca Shingo Yabuki, perde seus poderes para o próprio Ash Crimson e une-se as ressuscitadas Mature e Vice nos dois últimos episódios. São tantos detalhes que daria uma postagem especial sobre ele, mas o intuito não é esse. Com tanto contexto, excelente concepção e personalidade única, não dá para deixar Iori fora de qualquer top 10 de KOF. Seu tema mais interessante apareceu logo em '95, "Arashi no Saxophone", que representa a elegância contrastante à violência de seu estilo de luta. Ah, um importante detalhe: Iori é baixista! E de vez em quando é o cara que possui um lado bom...

Quem acha que isso é um ato de caridade, mal sabe que leite puro dá "piriri" nos gatos...
Iori Yagami possui muitas fases de efeito, uma excelente dublagem e uma risada mortal. Meu maior motivo para incluí-lo aqui é o meu ponto de vista sobre sua jogabilidade: ele é perfeito para iniciantes, jogadores em desenvolvimento e mestres do jogo. Iori é a pura essência de KOF.

#8: Ryo Sakazaki / Mr. Karate II


Como não gostar de um carateca que usa quimono laranja e luvas pretas? Ryo Sakazaki surgiu na série Art of Fighting em 1992, em um jogo rival do maior sucesso da época, Street Fighter II. E as grosseiras comparações de que Ryo se parecia com o protagonista do jogo de luta da Capcom impediram por um bom tempo que os jogadores entendessem que o loiro não tem nada a ver com Ryu. Sua primeira missão na série foi salvar sua irmã Yuri e arrebentar o vilão Mr.Big, além de ter de derrotar seu próprio pai Takuma "disfarçado" no alter-ego de Mr. Karate - tudo isso graças a uma chantagem feita pelo verdadeiro vilão dessa história, Geese Howard.

Ryo é um cara muito estiloso, pois usa sua havaiana de pau pra pilotar sua motocicleta.
A sequência de AOF trouxe Ryo para um combate direto com a versão jovem de Geese Howard, o vilão principal da franquia Fatal Fury. Este episódio havia estabelecido uma diferença de anos entre os eventos de AOF e FF, mas quando KOF '94 foi criado, a SNK praticamente resetou a linha do tempo antiga e colocou o time Garou para rivalizar de igual para igual com o time Kyokugen, no qual faz parte o próprio Ryo, seu melhor amigo Robert e seu pai Takuma. A partir daí, o time dos caratecas sempre figurou em todas as versões de KOF e Ryo tornou-se um ícone da série. Quanto ao seu papel no enredo, ficou limitado a disputar torneios para ganhar prestígio e mais adeptos para o dojô de seu estilo, o caratê Kyokugen. Isso é uma pena. Vale mencionar que Ryo ainda fez uma participação extra como chefe secreto em Fatal Fury Special. E ele inverteu de papéis com Robert em AOF3, onde deixa de ser o protagonista para ser apenas um apoio para seu amigo.

Buriki One é um dos jogos mais obscuros que Ryo apareceu.
A SNK até tentou dar uma recauchutada em Ryo criando a versão Mr.Karate II para ele, em referência ao pai no primeiro AOF, mas essa presença ficou restrita apenas ao jogos não-canônicos da empresa: Fatal Fury Wild Ambition, Buriki One (que conta com Gai e Silber de KOF XI), Neo Geo Battle Coliseum (sua melhor aparição) e KOF Maximum Impact 2 (e sua continuação MIRA). Digamos que Mr. Karate II seria uma versão mais velha de Ryo e que já poderia ter aparecido nos últimos episódio de The King of Fighters, mas isso não aconteceu pois seus criadores tem medo de mexer na identidade de um dos mais renomados heróis da série.

Esse é o futuro que aguarda Ryo. Sem problemas.
Em Garou: Mark of the Wolves, aparece um discípulo brasileiro de Ryo chamado Marco Rodriguez (Kushnood Butt no Ocidente) que poderá representar uma mudança no conceito de Ryo quando vier à série de KOF - se vier. Mas apesar de Ryo ser um dos mais tradicionais da série, ele continua a ser um dos melhores lutadores de se jogar. É praticamente impossível não aprender a jogar com ele e mantê-lo como uma ponta firme para qualquer outro jogo que apareça. Ryo representa o melhor lado dos jogos originais e possui golpes que são referência até hoje, como o Haoh Shokoken (o "magião") e o Ryuko Ranbu, um especial de vários socos e chutes que tornou-se padrão para muitos outros jogos de luta.

Ryo não gosta de cosplays e pune seus adversários com seu "golpe básico de caratê"!
O filho de Takuma ainda tem um relacionamento interessante com King, uma de suas antigas rivais em AOF. Eles claramente gostam um do outro, mas nunca assumiram um compromisso entre si. Claro que isso é motivo de chacota de sua irmã Yuri e o namorado dela, Robert. Eu já vi gente enrolar tempo demais em noivado, mas para começar a namorar é a primeira vez - embora os casais Yuri-Robert e Mai-Andy sigam o mesmo procedimento. Acho que os roteiristas da série gostam muito de um tal seriado de "amigos"...

Este é um dos finais mais engraçados da série... Procure assisti-lo.
Ryo está presente em minha lista especificamente por sua jogabilidade. Acho que ele possui o melhor conjunto de golpes de toda a série, variando entre projéteis, golpes curtos, anti-aéreos, magia no alto, voadora giratória, combo-agarrão e especiais de todos os tipos. A versatilidade dele é o seu ponto mais forte em minha opinião. Quanto ao seu tema musical, sou muito fã da música "Art of Fight" (KOF '98) que aparece inicialmente na primeira fase de AOF, na luta contra Todo. Ela pode até ser classificada como a música do pai de Kasumi, mas esta versão da KOF '98 é inesquecível e portanto, serve bem a Ryo Sakazaki.

#7: Terry Bogard / Wild Wolf


Para mim, este é o verdadeiro protagonista dos universos que King of Fighters abrange. Terry Bogard é um personagem tão completo que renderia uma postagem especial apenas sobre ele. Sua história começa como protagonista em Fatal Fury, o primeiro jogo de luta da SNK, em busca de vingança contra o assassino de seu pai. Durante a série FF, ele se saiu como o herói de todos os episódios enfrentando vilões como Billy Kane, Geese Howard, Wolfgang Krauser, os irmãos Chonrei e Chonshu, Ryuji Yamazaki e qualquer um que insurgisse como o mal na cidade de Southtown. Para todos eles, Terry mostrou que o caminho da justiça e da nobreza são a resposta que seus punhos guardam nas lutas. Fora seu heroísmo, ele é um dos mais bem-humorados lutadores de KOF e mesmo assim, nunca deixa de lutar a sério. Seu único defeito (ou não?) é não ter um emprego regular.

O drama vivido por cada herói: a busca pelo emprego, curso superior e dinheiro. #truestory
Terry foi o lutador criado pela SNK para ser o principal personagem da empresa em vários de seus jogos. Sua originalidade é indiscutível, especialmente em seus golpes: Power Wave, Burn Knuckle, Rising Tackle, Crack Shoot, Power Dunk, Power Charge e o incrível Fire Kick (original de Real Bout 2 e presente em sua versão EX de '98/'98 UM) representam muito bem as melhores ideias de concepção de estilo marcial exclusivo do Lobo Solitário. Seus Danger Moves seguem o mesmo padrão de qualidade: Buster Wolf, High Angle Geyser e o lendário Power Geyser. a explosão de energia que brota do chão tal como um gêiser. Sua presença é inquestionavelmente adequada para qualquer jogo de luta da SNK.

Alguns dizem que ele grita "Almeida". Concordo.
A participação de Terry em jogos de luta não se limita às séries tradicionais da SNK. Já vimos o norte-americano passear por crossovers contra a Capcom, aparecer no jogo ainda em desenvolvimento Xuan Dou Zhi Wang (junto com Benimaru) e envelhecer alguns anos nas suas versões de Garou: Mark of the Wolves e Neo Geo Battle Coliseum. Nesta versão sem boné, cabelos curtos e com a jaqueta da Blue Mary, Terry figura de forma mais séria e recebe o codinome Wild Wolf, tal como em sua versão de KOF Maximum Impact 2, além de assumir o papel de mestre e pai adotivo do filho de Geese. Não perdeu em nada o estilo original e ainda impressiona com seus berros e jogabilidade acessível.

Ainda que tenha 90 anos, Terry nunca deixará de ser poderoso ou estiloso.
Seus melhores amigos incluem seu Andy Bogard (irmão mais novo), Joe Higashi, Kim Kaphwan, Mai Shiranui, Tung Fu Rue (mestre), Duck King, Richard Meyer, Rock Howard (pupilo e filho adotivo) e Blue Mary (namorada). Só gente boa. Todos estiveram envolvidos nos eventos que Terry lutou para se vingar do assassinato de seu pai adotivo, Jeff Bogard, pelas mãos de Geese Howard. Em KOF ele apenas fazia parte dos lutadores tradicionais do evento, sem se meter diretamente com os vilões da série. E quando o vilão Verse apareceu em KOF XIV, os mais novos discípulos de seu mestre Tung, os novatos Shun'Ei e Meitenkun, já mostravam intimidade com o Lobo Solitário. E parece que ele passou o bastão do heroísmo para a nova geração.

Terry é um dos únicos que tira Ash do sério em KOF XIII. Se ele fosse o herói dessa saga, ela não passaria de dois torneios.
Por todo o protagonismo, originalidade, jogabilidade e design, Terry ocupou a sétima posição do meu ranking. E seus temas sempre misturam aquele hard rock dos anos 80 com melodias que mostram a animosidade do personagem. Dentre eles, Kuri Kinton Gomame (original de Fatal Fury 2 e presente em KOF '98/'98 UM) é a mais perfeita música do herói.

#6: Kyo Kusanagi


O grande protagonista de The King of Fighters é o meu sexto favorito. Kyo Kusanagi estreou em KOF '94 como um estudante de 19 anos que não terminou a escola mas que já tinha ganhado o campeonato japonês de artes marciais mistas. E desde então ele dedicou sua vida em propagar o estilo tradicional Punho de Kusanagi e manter-se no topo dos melhores do mundo da porrada. E por ser portador do sangue da mesma família que combateu Orochi em 1800 anos atrás, o jovem acabou sendo levado a trilha dos heróis. Mas passou por uma série de problemas cada vez que empinava o nariz para seus adversários.

O final de KOF '97 coloca dois dos mais poderosos personagens da franquia para se enfrentarem.
O jovem japonês que enfrentou Rugal por duas vezes nas finais de '94 e '95, teve de ser surrado por Goenitz no início do torneio de 1996 para que refizesse seu estilo próprio. Trocou os projéteis de longa distância pelos punhos envolvidos em chamas e venceu o vilão daquele ano. Em 1997 eliminou a ameaça dos Hakkeshu e seu mestre Orochi. E ficou desaparecido por dois anos. Neste meio tempo, uma empresa de poderios científicos chamada Nests fez diversos clones enquanto o manteve capturado. Ele se libertou de seus sequestradores e participou de '99 e 2000 apenas como o cara que vai em buscas dos novos vilões. Sua participação em 2001 foi mais apagada, pois Kyo havia perdido o espírito de luta que sempre o tornou vencedor. E teve que se refazer mais uma vez.

Kyo e Iori quase foram levados ao limbo durante a saga Nests. Até dividiram final em KOF 2000...
Com o surgimento da saga Ash, os novos vilões buscam ressuscitar Orochi e assim Kyo ganha seu protagonismo de volta. Mas como o moço francês que nomeia a saga esteve em busca dos Três Tesouros Sagrados - os poderes de Kyo, Chizuru e Iori, o jovem Kusanagi adota um estilo mais maduro e aprende a equilibrar todos os seus melhores estilos em si, possuindo as melhores versões para se jogar em toda a série, especialmente em XI e XIII. E parece que a saga Verse trará Kyo por mais uma vez aos papéis secundários no enredo... mas nem tanto, uma vez que seu pai Saisyu encaminha-o para enfrentar a nova ameaça e Kyo acaba por encontrar Shun'Ei, o novo principal destinado a resolver estes novos confrontos. E ele já começou bem ao juntar-se com Yagami e Kagura para selar o espírito sem rumo do deus serpente.

O coitado do Orochi mal voltou em XIV e já foi selado. Tal como uma missão cotidiana ou de férias.
Kyo Kusanagi foi criado para ser o elo entre jogadores adolescentes e a série da SNK que acabava de surgir em 1994 para rivalizar com outros sucessos da época. E assim seu design ia sempre sofrendo alterações em cada saga, para que o herói viesse sempre a trazer uma sensação de juventude e renovação. E posso dizer que os criadores não erram em nenhum momento com Kyo, nem na mudança de golpes, nem nas alterações visuais enquanto KOF era um jogo 2D. Nesta última versão em 3D, ele foi apresentado com um visual muito diferenciado do que estávamos acostumados e gerou uma certa polêmica. Entretanto com a atualização gráfica do jogo, os traços mais antigos voltaram a ser percebidos. Mas não são tão originais como antes, uma coisa que a série Maximum Impact já havia acertado: a sua transição de 2D para 3D. Mais uma curiosidade: antes de decidir contemplar os jogadores mais novos, a SNK havia decidido que seu novo protagonista seria Syo Kirishima.

O conceito original de Kyo virou realidade quando apareceu como um striker de KOF 2000.
Os golpes comuns, especiais e super especiais fazem parte de ótimas ideias da equipe desenvolvedora de KOF, tanto a nível de visual quanto em jogabilidade. Kyo permite que os novatos arrisquem o jogo meio termo (nem muito ataque, nem muita defesa) e dá uma boa noção sobre quais combos o sistema privilegia. Seu principal super golpe, o Orochinagi (Serpent Wave) é um dos mais bonitos da série. É válido mencionar que Kyo fez até uma paródia com seu rival Iori nas edições de 2001 e 2002, quando utilizava seu golpe secreto com os mesmos dizeres dele: "Asobi wa owarida!" (A brincadeira acabou!).

Um dos mais estilosos golpes secretos de toda a série.
Por fim, Kyo sempre esteve juntos aos seus amigos do clássico Time do Japão: Benimaru Nikaido e Goro Daimon. Admitiu que seu maior fã, Shingo Yabuki, fosse treinado por si e seu pai. E finalmente chegou até a fazer um time com seu declarado rival e seu novo discípulo em KOF XI, mas não deu muito certo, pois na ocasião Ash aproveitou uma Revolta de Sangue de Iori e tomou os poderes do ruivo depois que ele nocauteou Kyo e hospitalizou Shingo. E voltou para seus amigos tradicionais que sempre o levaram à vitória.

Quando Kyo teve a triste ideia de se juntar ao seu maior rival, isso aconteceu...
A música tema mais explorada de Kyo Kusanagi é sem dúvida "Esaka?", do espetacular KOF '96. Ela ainda ganhou remixes em '99, XI, XII e 2002 UM. Mas prefiro a original sem dúvida. Resumindo: o que mais gosto em Kyo? Deu pra perceber que é a sua história.

#5: Geese Howard / Nightmare Geese


A ambição de um único homem pode mudar toda a história da humanidade. E vilões possuem essa especialidade, tal como haveria de ser com o mestre em artes marciais, Geese Howard. O torneio criado por ele em Fatal Fury (1) leva o nome da série King of Fighters e foi criado apenas para satisfazer o desejo obsessivo dos mais poderosos: provar o seu poder. É somente isso que um cara do mal precisa para fazer o seu bom trabalho, além de ser forte. E Geese multiplica tudo isso ao longo do tempo.

Nada poderá ser tão épico quanto o final do primeiro Fatal Fury.
O norte-americano sempre foi um prodígio em artes marciais e se apropriou do estilo Hakkyokuseiken de Tung Fu Rue para dominar a cidade de Southtown por meio de seu poder de luta e de sua influência política e econômica no lugar. Tornou-se um imperador do local, perpassando até os poderes das autoridades locais que temiam sua incomparável força. Quando mais jovem, possuindo cabelos longos e roupa mais ocidental, arquitetou um plano que envolveu a família Sakazaki e os criminosos sob sua tutela, como Mr. Big nos eventos de AOF. E passado um tempo ele trocou os ternos chiques por um quimono com saiote laranja e bandeira dos Estados Unidos nas suas costas. E passou a infernizar outra família: a dos Bogard, liderada pelo seu ex-rival Jeff. Por isso, adquiriu o ódio mortal de Terry, Andy, Ryo e qualquer outro que assuma um papel de herói.

Em KOF Neo Wave, tivemos o retorno de Geese e seu cenário de AOF2.
Quando o universo da SNK tirou seu foco das séries Fatal Fury e Art of Fighting, Geese ainda aparece com um poderoso time em KOF '96, junto ao seu meio-irmão Krauser e seu leal comparsa Mr. Big. Depois disso, ficou interessado nos poderes de Orochi que Rugal, Iori e Leona haviam manifestado durante os primeiros torneios e criou um time específico para vigiar aqueles que possuíssem tal poder. Billy Kane, o seu fiel escudeiro já havia feito isso em '95, mas em '97 veio acompanhado de Yamazaki e Blue Mary. Ainda que não tenha encontrado nenhuma forma de obter o sangue do deus serpente de forma segura, ele não deixou de tentar, mandando mais um time para os eventos de KOF 2003: Gato, Billy e Yamazaki. Orochi não se manifestou e Geese ficou apenas esperando por mais uma oportunidade. Sob os rumores de que almas perdidas voltariam em KOF XIV, o vilão juntou-se ao punk inglês e um misterioso lutador chamado Hein para participar ele mesmo dos eventos de King of Fighters. E como as pessoas gostam de ser leais com ele: até hoje, os capangas Ripper e Hopper fazem a segurança pessoal do sr. Howard.

Daqui a pouco até Ryu e Ken serão contratados para fazer a segurança particular de Geese. Não duvide.
Sua relação com seu próprio filho, Rock Howard, é bem distante. Geese manifesta sua vilania especialmente sendo indiferente aos que lhe incomodam. E é muito impressionante que sua personalidade de homem intocável se reflita em seus golpes: ele possui contra-ataques quase infalíveis, magias de longo alcance no chão e no ar, movimentos de rápida aproximação e o mais lindo dos especiais dos fighting games: o Raging Storm, a mítica técnica que levanta ondas de energia do chão. Acredito que o vídeo abaixo traduza muito bem tudo o que ele representa para os seus fiéis jogadores:



Uma (ainda mais) poderosa versão dele é chamada de Nightmare Geese foi criada em Real Bout Special e que aparece em outros jogos às vezes como sua versão EX. Uma skin para KOF XIV também prestigia esta versão tida como a aparição fantasmagórica dele que supostamente havia morrido em eventos anteriores de Fatal Fury pelas mãos de Terry. Este senhor do mal já se jogou de um prédio e fingiu sua própria morte, ganhando assim o status de imortal por aqueles que o temem e o respeitam.

Ryo sofre com o poderoso contra-golpe de Nightmare Geese na recente KOF XIV.
O que mais gosto nele? O mesmo motivo que Kyo Kusanagi: jogabilidade, golpes, história, tema musical e personalidade - só que com um adicional, o fator maldade. Todas - mas todas mesmo - as suas trilhas sonoras são ótimas. Geralmente elas são um remix da música "Geese ni Kissu" do primeiro Fatal Fury, mas cada uma com um toque especial nos arranjos. As versões "Geese ni Shoyu" que aparecem em FF Special, KOF '98 UM (como EX Geese), KOF XI e outros jogos mais representam a melhor composição para representar o melhor e maior vilão da SNK.

E dessa forma, Geese iniciou o seu reinado de imortalidade.
Sabe o que ainda lhe falta? Um jogo que o coloque como protagonista e conte a sua origem decentemente. E mostre como ele conseguiu tanto desafeto com os personagens do mundo SNK.

#4: Mai Shiranui

Mai mudou de uma reservada ninja para uma super-erotizada musa dos games em pouquíssimo tempo. Tudo porque sua discreta aparição em Fatal Fury 2 recebeu ótima aprovação dos fãs da série e levou a ser escolhida para o elenco de The King of Fighters '94. A única personagem feminina até então de FF virou o sex symbol da mais bem-sucedida franquia da SNK. E desde então, seus atributos físicos foram aumentados (literalmente), sua movimentação recebeu atenção especial nos detalhes de sprites e sua sensualidade manifestou-se ainda mais durante cada jogo que seria lançado. Colocaram Andy Bogard, seu parceiro de estilo, para ser seu alvo amoroso, mas somente na última edição de KOF é que os dois admitiram um compromisso. Todo esse conjunto de detalhes criou uma das maiores fan-bases de personagem, integrada pelo público masculino e feminino.

"É no balanço da canoa que eu vou peneirar.."
Não pense que apenas as aparências garantem a presença da ninja aqui. Mai Shiranui sempre foi muito forte no meu quesito favorito ao avaliar personagens: jogabilidade. Como nunca fui um perito em jogos de luta, mas eles sempre foram os meus favoritos, Mai me passa a segurança de que sei jogar bem com ela por conta de muitos recursos simples e eficazes de serem utilizados, tal como eu vejo Laura em Street Fighter V (elas tem umas duas ou mais coincidências entre si, mas tudo bem...). Manipuladora do fogo e do vento, com certeza seus golpes são os mais graciosos de KOF. Seus combos são práticos e mortais. Tudo isso garante a presença dele entre os meus favoritos de qualquer jogo da série. E sua dublagem é uma das mais expressivas entre os mais de cem lutadores da SNK.

Kagerou no Mai é o meu golpe favorito da musa. Ele surgiu na série Real Bout e hoje é um dos supers em XIV.
Fora o relacionamento de gato e rato que a SNK criou entre Mai e Andy, a eterna jovem kunoichi possui Hokutomaru como seu discípulo no game Garou: Mark of the Wolves - ela já o menciona em KOF XIV na intro com Andy. Suas melhores amigas são Yuri Sakazaki e King, as quais já formou time por várias vezes. Aliás, Mai aparece nos torneios sempre como uma representante do time feminino de KOF, com a exceção de KOF '99, quando juntou-se ao seu namorado e seus dois amigos Terry e Joe. Ainda ganhou a confiança de outras poderosas mulheres como Chizuru, Kasumi, Xiangfei, Hinako, Blue Mary e a novata Alice. A linda Shiranui ficou de fora apenas em uma edição de KOF: a versão XII - embora em XI ela tenha aparecido apenas nas versões PS2 (importada de Neo Geo Battle Coliseum). Acredito que estas são as duas mais graves falhas dos produtores e criadores da série. Impensável!!

Mai em seu complicado desafio de KOF XI: vencer todas as mulheres do jogo!
Sua popularidade vai muito além dos admiradores de jogos de luta e Mai Shiranui é considerada a grande musa dos videogames por muitos jogadores. Tanto que outra franquia de luta, Dead or Alive da Tecmo Koei, garantiu sua participação no famigerado DOA5 Last Round em uma presença via DLC no fighting game que mais abusa dos volumes físicos de mulheres lutadoras na história dos videogames. E até que sua presença não ficou tão exagerada assim; afinal tantas outras menos discretas já aparecem no polêmico e caro episódio de DOA.

Uma aparição muito honrosa da mais bela ninja dos fighting games.
A mais bela dama merece as mais belas e elegantes músicas. Dentre tantas escolhas, fico com a "Mai Mai Kyuun" de Real Bout Special e que ainda possui uma versão cantada no mesmo game (chamada de "My Love"). Curiosamente em KOF '98 UM (PS2 e X360) quando você muda a opção das músicas tema de Original para Arranged, a versão apresentada é o tema de Sokaku Mochizuki, que até é similar ao tema de Mai, mas apenas similar. Confira a versão cantada de seu tema em RBS:


(Caso você tenha a versão Steam do game e sofre com a ausência dos temas arranjados, clique aqui.)

Resumindo: a beleza representada em seus golpes, personalidade e atributos físicos não me deixam colocar Mai em nenhuma posição abaixo do quarto lugar. Mas apenas por uma questão muito especial que explico logo abaixo, ela não é a minha favorita de todos os tempos.
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Caso você seja um fã apenas dos KOF antigos, especialmente os jogos da saga Orochi, esta postagem terminou por aqui. Aproveite e inclua Kim, Yamazaki e Benimaru nas três posições restantes abaixo dos apresentados aqui, ficando assim:

1º Mai Shiranui
2º Geese Howard
3º Kyo Kusanagi
4º Terry Bogard
5º Ryo Sakazaki
6º Iori Yagami
7º Ralf Jones
8º Ryuji Yamazaki
9º Kim Kaphwan
10º Benimaru Nikaido

... porém se deseja conhecer mais três espetaculares personagens, entenda que o meu game favorito da série é The King of Fighters XI. E provavelmente, não haverá nada igual como ele. Encerremos por hoje... Volto amanhã com o final verdadeiro.

SÉRIE COMPLETA:

Parte 1 (41º-50º)
Parte 2 (31º-40º) 
Parte 3 (21º-30º)
Parte 4 (11º-20º)
Parte 5 (4º-10º)
FINAL (1º-3)

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