sexta-feira, 5 de maio de 2017

SGP Top 50: Os melhores lutadores de KOF (4 de 5)

(Tenho que admitir... mais de vinte dias é muito tempo para dar continuação a uma série de postagens. Culpa de um certo Injustice...) 

Continuando o longo, mas prazeroso trabalho de pesquisar, escrever e postar, vamos à penúltima parte do meu dedicado Top 50: Os melhores lutadores de The King of Fighters! Vamos do vigésimo ao décimo primeiro para finalmente entender um pouco mais sobre as minhas preferências em design, gameplay e concepção de enredo dos personagens mais famosos da SNK. E hoje o tema envolve um foco para a maioria dos personagens: família. E se não leu as partes anteriores, volte as partes 1 (41 a 50), 2 (31 a 40) e 3 (21 a 30). Vamos lá.

Desafio do dia: encontre os 10 lutadores de hoje nessa foto!
READY? GO!

#20: Antonov

"Vem ni mim"
O que dizer deste anfitrião que acabou de chegar, mas que considero "pakas"? O (ex) bilionário russo chamado Antonov é o homem responsável pelo atual uso de direitos do nome The King of Fighters, já que antes disso vários torneios sem credibilidade se apropriaram indevidamente do renomado título para promover competições de baixo nível. Depois do nome KOF ter sido difamado, Antonov trouxe de volta a glória das edições passadas para The King of Fighters XIV. Obrigado, tiozão!

"O torneio está aberto! Tudo no meu nome!!"
Os acionistas da empresa do russo não concordaram com a ideia de comprar os direitos de KOF e Antonov gastou toda a sua fortuna (e um pouco mais) para sediar o torneio. Em número recorde, a edição XIV garantiu 16 times nos palcos principais do maior torneio de artes marciais do mundo. Para instigar os participantes e cumprir o costume, o anfitrião se auto-proclamou o "primeiro vencedor de KOF" e foi dado o direito do vencedor de enfrenta-lo em uma glamorosa final. Apesar de toda essa pose de homem forte, Antonov é um homem muito sensível (principalmente a animais) e gastou sua fortuna para ajudar a lutadora Zarina restaurar terras antes desmatadas da Amazônia a fim de garantir um lar para o tucano dela, o tal de Coco. E ficou foragido e pobre, como mostrado em seu final.

O golpe do jogo que mais dói só de ser visto.
Esse lutador possui um design bem coerente com sua personalidade chamativa de quem gosta de luxúria e exibicionismo, mas seu carisma e bom caráter garante sua presença entre os meus favoritos. E o charuto combina bem com o seu cinturão de campeão. Antonov é dono de um estilo particular de luta chamado Presa Dourada Siberiana, que valoriza a sua superforça e capacidade de interação com o ambiente. Sua dublagem ajuda bastante a entender que tipo de pessoa ele é. Seu tema é o majestoso e vigoroso "I'm the King of Fighters", uma música que deixa qualquer ouvinte contagiado pela glória de estar no KOF. Espero que ele retorne na próxima edição!


#19: Yuri Sakazaki


Esta senhorita da tradicional família de caratecas Sakazaki é uma personagem extremamente importante para os eventos de The King of Fighters. Quando mais jovem, ela foi sequestrada por Mr. Big, um criminoso da fictícia cidade de Southtown, o berço dos torneios KOF. Tudo isso foi um grande plano para colocar seu pai Takuma a serviço do crime enquanto o vilão Geese Howard arquitetava seu plano de subjugação da cidade. E assim nasceram os eventos da série Art of Fighting, com o irmão dela Ryo e seu companheiro de treinamento, Robert Garcia para resgata-la das mãos de Mr. Big, além de livrar Takuma da sua função forçada de bandido.

A série AOF merece mais destaque ainda nos games da nova SNK.
Depois de ser salva pelo irmão e futuro namorado, Yuri decidiu vestir sua bandana, luvas e um kimono por cima da roupa de academia e partir pra porrada junto com sua família. Isso sim é uma mulher de verdade! E quando o The King of Fighters em 1994 ganhou proporções mundiais e passou a ser disputado em trios, a garota tentou ingressar no campeonato com Ryo e Robert, mas seu pai Takuma impediu seus planos adentrando na vaga restante. Yuri então fez outro laço inquebrável, mas agora de amizade com Mai Shiranui e King, antiga rival da família Sakazaki. A garota nunca mais deixou de participar de nenhuma das edições. E somente esse feito garante a presença dela entre os melhores. Mas não é só isso.

Artwork de Yuri para KOF XIII: sempre jovem, sempre alegre.
O que é mais impressionante na Yuri é a escolha de seus criadores para o papel dela na série KOF. Ela serve para garantir a presença feminina nos torneios e além disso serve como paródia a diversos lutadores, especialmente da rival Capcom e seu Street Fighter. Durante os vários jogos que participa ela sempre traz algum golpe novo que sempre é uma referência ao golpe de outro personagem. Um belo jeito de mostrar homenagem ao trabalho dos game designers! São tantos golpes que renderia uma postagem só pra mostra-los (renderia não, renderá!). O único ponto fraco para mim na sua concepção é que seu design de 1994 ainda esteja presente em 2017, fora um corte de cabelo diferente ou variação de suas luvas e tênis.

Yuri! Chou Upper!!
Ryu tenta alcançar Yuri com o seu original Shin Shoryuken, mas não vai rolar...

Yuri Sakazaki possui uma jogabilidade muito variada conforme a versão do jogo. A que mais me dediquei foi sua versão EX de '98 Ultimate Match. Sua participação sempre oscila entre o time Kyokugen e o time das mulheres, mas parece que agora seu pai se aposentou para dar sossego a garota. Seu tema mais recorrente é "Diet", original de AOF2, aparecendo em '98 UM e XI. E pelo clima de academia de ginástica, acho que é ideal para ela.


#18: Gato

Não espere por um miado dele. Provavelmente será o seu a sair.
Continuando o tema "casos de família", Gato (pronúncia "Gatou" para não confundir com os bichanos e criar um constrangimento) é um poderoso lutador do estilo Quan Fa, conhecido por pancadas explosivas de curto alcance. Aliado aos seus golpes acrobatas, ele possui uma das melhores combinações de golpes e especiais, inclusive na sua participação em KOF XI, onde é praticamente um deus do gameplay. Esse é o maior motivo para a presença dele neste Top 50.

"Exodia!", "Fígarô", "Zakuma!"
Este personagem surgido no saudoso game Garou: Mark of the Wolves (1999) fez sua breve participação em KOF 2003, além do jogo futurístico de Fatal Fury e KOF XI. Eu mencionei "casos de família" antes porque Gato foi obrigado a participar do time dos foras-da-lei junto com Billy Kane e Ryuji Yamazaki por ordem e chantagem de Geese Howard que ameaçou atacar sua suposta irmã Hotaru Futaba. O vilão de Southtown pretendia investigar a uma misteriosa organização que tinha o objetivo de ressuscitar o deus-serpente Orochi, poder que ele tanto cobiçou mas nunca obteve. Com o torneio concluído, Gato pôde continuar sua jornada em busca de vingança contra seu desaparecido pai, seu mestre na infância e assassino de sua mãe. Ele ainda juntou-se a Bonne Jenet e Tizoc em The King of Fighters XI com o mesmo intuito de buscar seu pai, mas não obteve sucesso e não voltou mais ao KOF. Uma pena.

O solitário Gato apenas busca vingança contra o assassino de sua mãe.
Esse mestre do kung-fu quase alcançou seu objetivo em Mark of the Wolves. Ao derrotar o vilão Kain, ele vê uma figura misteriosa salvar seu adversário do desabamento de seu castelo. Paralisado pelo encontro, ele não conseguiu reagir e viu essa presença familiar fugir. Declarou a si mesmo que não haverá mais "Gato bonzinho" (Mr. Nice Gato, no original) e range os dentes de raiva. Uma especulação minha sobre esse assunto era a de que seu pai fosse na verdade o ex-líder dos ninjas Hizoku, o misterioso Ron. Mas depois de ver uma ilustração especial de KOF XIV, passei a acreditar que o novato Kukri possa ser o pai de Gato.

Os japoneses da SNK são bons em deixar pontas soltas na história...
Seu tema de Garou, "-Fullmoon- A Groan", é bem original e lembra um pouco a tensão que Gato vive dentro de si, mas acho que o tema "Villanous" de KOF 2003 é mais marcante para mim. O próximo personagem também faz parte da série "casos de família".


#17: Leona Heidern / Orochi Leona

Esse rostinho meigo nunca foi visto nas lutas, apenas nas artes do jogo.
Leona é uma das personagens mais poderosas entre os favoritos dos fãs. Possui um design nunca visto antes, uma história bem desenvolvida e estilo único de luta. Ela é útil em qualquer jogo que tenha feito presença, sempre como uma usuária de ataques rápidos e boa variação de golpes especiais, incluindo bombas, rajadas de cortes e o seu marcante V-Slasher.

Próximo DLC em Street Fighter V?
Ela adotou o sobrenome Heidern, o mesmo nome do comandante do esquadrão Ikari Warriors, o qual ela pertence. O comandante dos Ikari é responsável pela recuperação mental e social de uma menina que teve a infância mais conturbada de todos os personagens da série. Naqueles tempos ela foi tomada pela chamada Revolta de Sangue que transforma um possuidor do sangue de Orochi em uma máquina de matar que se cega e deseja apenas ver o sangue de qualquer pessoa próxima a ela. Leona foi responsável pela morte de todas as pessoas de sua reclusa vila, incluindo sua família. Isso tudo foi causado intencionalmente por Goenitz, um dos membros dos Hakkeshu, os sacerdotes de Orochi. A causa da tragédia veio com Gaidel, pai de Leona, que também era um Hakkeshu e se recusou a participar dos planos de ressureição do seu deus Orochi por algum motivo desconhecido. Como punição, o senhor dos ventos causou este fenômeno na garotinha que levaria esta tragédia por toda sua vida consigo.

O passado de Leona foi revelado logo na sua estreia em KOF '96.
Leona ainda experimentaria mais uma vez a insanidade do sangue herdado pela sua família em vínculo com o deus serpente nos eventos de KOF 1997. Ela quase voltou a ser assassina, mas foi contida por seus companheiros Ralf e Clark. Assim que Orochi foi ressuscitado e logo selado pelo trio sagrado Kyo Kusanagi, Iori Yagami e Chizuru Kagura, esse poder desapareceu. Mas desde 2003, quando o selo de Orochi voltou a enfraquecer-se, ela pôde sentir seu antigo poder retornar, motivo que causou sua ausência em KOF XI. Mas parece que desde então ela aprendeu a controlá-lo, manifestando seus cabelos vermelhos durante seus golpes mais poderosos em XIII e XIV.

Os gritos de Leona em sua versão Orochi ecoavam pelo fliperama. Bons tempos...
Embora tenha um violenta história, Leona possui um estilo silencioso e tranquilo quando não está em batalha. Todo esse contexto da personagem garante sua participação em qualquer lista de favoritos do KOF. Seu tema que mais me agrada é a música "Rumbling in the City" ('96), ainda que seu tema arranjado de 2003, "Inside Skinny" me traga uma boa sensação sobre ela. Mais assuntos familiares abaixo...

#16: Rugal Bernstein / Omega Rugal

O primeiro chefe da série The King of Fighters é o mais reconhecido e amado pelos fãs da série. E possui muitos motivos por isto. Ele é arrogante, traficante de armas, domina todos os estilos de luta (informação da biografia oficial), possui design único, ótima dublagem, é dono de uma coleção de estátuas de lutadores (inclusive alguns da Capcom, como Guile) e seus golpes são excelentes. Claro, ainda que tenha copiado o Reppuken de Geese Howard e o Kaiser Wave de Krauser, tem o poderoso Genocide Cutter na sua conta. Este é o meu chefe favorito de todos os KOF.

Você sabe que o jogo é bom quando é possível jogar com o chefe e o melhor golpe anti-aéreo.
Rugal Bernstein é o criador do torneio de KOF que conhecemos com as formações de trios de lutadores. O vencedor tem direito - ou obrigação - de enfrentar o organizador do torneio. Essa tradição criada em 1994 ainda permanece, mas infelizmente o senhor R já é história. Ele foi o anfitrião dos torneios de '94 e '95 e neste último foi consumido pelo poder do sangue de Orochi, infundindo artificialmente por Goenitz. Ao perder a luta para o time de Kyo, Omega Rugal (como passou a ser chamado nesta versão mais poderosa) acabou excedendo em uso do seu poder e se auto-destruiu. Justiça feita, pois somente o próprio Rugal poderia ter derrotado a si mesmo. Nas versões de KOF '98 e 2002 (e seus remakes) ele é o chefão do jogo por mais uma vez, já que estes games não possuem ligação com enredo. Mas depois que KOF 14 trouxe o vilão Verse com um monte de almas de lutadores falecidos em si, é possível que Rugal esteja de volta nos próximos episódios. Seria épico.

A série de crossovers Capcom vs. SNK nos permitiu ver Rugal em sua versão God.
Sua fama obviamente vem da dificuldade que a maioria dos jogadores tiveram em lidar com ele em qualquer aparição que Rugal veio a fazer, principalmente para o pessoal que tanto jogou '98 e 2002. Rugal pode ter morrido mas deixou um legado que cumpriu seu tradicional papel: Adelheid e Rose, filhos do criminoso, organizaram a edição XIII de The King of Fighters. Rose esteve dominada pelos poderes hipnóticos de Botan, que é uma agente da organização de pretendia ressuscitar o poder de Orochi e entrega-los as mãos do seu líder Saiki. Adel apareceu em 2003 como um chefe final do jogo e ainda como mid-boss de KOF XI, mas nunca expressou intenções malignas como as de seu pai. Nem o carisma dele Adel conseguiu herdar. E Rose só agiu como uma marionete do clã de Saiki, nada mais. E sumiram.

No final de KOF '98, Rugal finge sua morte ao destruir seu porta-aviões chamado Blacknoah. 
Apesar de ter sido um vilão dos jogos clássicos, Rugal expressa um carisma difícil de ser recuperado pelos atuais vilões da SNK. E talvez a forma de sucesso dele deva-se apenas pelo fato de ele não possuir nenhum item bizarro, nem golpes megalomaníacos ou exagero em seu design. Claro que ter secretárias como Mature e Vice lhe dão um toque extra de personalidade, além do fato de ter feito lavagem cerebral no pai do personagem principal da série, Kyo Kusanagi. Tudo isso garante sua presença nesta lista. Um simples homem que adora espancar adversários com mãos nuas e umas magias de chefe. Seus temas musicas são bem animados, dando a impressão de que Rugal luta por pura diversão e prazer. O que mais gosto é o tema de sua versão Omega em '98, "XXX".

#15: Joe Higashi


A ausência de Joe Higashi em The King of Fighters XI é o único ponto fraco do game para mim, pois acho muito difícil pensar que meu jogo favorito não possua esta lenda do Muay Thai. Sendo assim, mesmo que Joe tenha estado em todas as outras edições da série, surgiu no berço deste universo: Fatal Fury. E lá, o japonês é um personagem jogável dentre os três Lobos Solitários, como é chamado o trio formado por Terry, Andy e Joe.

Uma das lutas mais lendárias de The King of Fighters. Ela se repetiu em KOF 13.
Embora o Muay Thai seja uma arte marcial da Tailândia e lá resida seus melhores lutadores, como o seu eterno rival Hwa Jai, os campeonatos conquistados pelo japonês Joe deram-lhe fama mundial antes mesmo do torneio King of Fighters surgir. Depois de ter conhecido os irmãos Bogard neste evento, ele tornou-se um inseparável amigo da dupla, passando a atuar em lugar de destaque na história das séries Fatal Fury e KOF. Joe ainda tem uma rixa com King, também lutadora de Muay Thai, e com Billy Kane por conta de seu relacionamento amoroso com a irmã do inglês, a pura Lilly (mais um caso de família, não é?). Mas nas edições recentes, esta história foi reduzida e vimos Joe sempre fugindo de um(a) inusitado(a) fã, como pode ser visto nos finais de 2003 e XIII... Este é o preço cobrado pela fama.

Contraditoriamente, entre os Lobos Solitários ninguém fica sozinho no rolê.
Sua popularidade no Japão é enorme entre os fãs de games da SNK, tendo o colocado como segundo lugar de uma votação com outros personagens da série. Esse carisma ainda aparece na série com Joe fazendo algumas gracinhas nos jogos mais antigos. Mas suas versões atuais fogem um pouco desse lado cômico. Golpes clássicos como Hurricane Upper e Tiger Kick ainda são facilmente lembrados pelos jogadores dos Arcades. Mesmo que Joe nunca tenha sido uma preferência entre os times dos melhores jogadores, ele sempre foi um ponto de partida para se aprender a jogar na franquia. E por isso, Joe é um dos meus favoritos. Claro que as explosões de seus golpes me ajudaram a fazer esta escolha na lista.

Certos golpes são capazes de deixar adversário sem identificação... Adivinhe quem está ali.
Seus temas musicais geralmente estão associados ao parceiro Terry, mas uma música que acredito combinar com a alegria dele é "Sun Shine Glory", do remake KOF 2002 Unlimited Match. Claro que seu tema de Fatal Fury 2, "Thai Nanbu no Tsutaetai Atarashii Shi" em sua versão arranjada - com uma linda introdução - passam melhor o vigor, a determinação e o bom-humor de Joe Higashi.

#14: Benimaru Nikaido

Admito que o preconceito que personagens narcisistas e metrossexuais sofrem me impediram de gostar dele no início da série. Pensamentos homofóbicos sempre cercaram as opiniões sobre esse nipo-americano, mas nunca foram empecilho para as pessoas admitirem sua presença na série. Benimaru Nikaido está presente em todas as edições de KOF e ele representa tudo o que tem de melhor na série: extravagância, estilo, modernidade e claro, um incrível design de golpes. Associe suas habilidades em kickboxing com os poderosos raios que mantém seu cabelo em pé durante as lutas, graças a estática presente em seu corpo para ter uma melhor ideia de sua grandeza.

Benimaru manda o raio direto no oponente com seu Neo Max de KOF XIII.
Benimaru juntou-se a Kyo Kusanagi e Goro Daimon para formar o time do Japão em KOF '94 e por muitas edições eles foram os campeões. Mesmo quando Daimon saiu da série em '99 e 2000 e Kyo apareceu como personagem solo, ele sempre esteve cercado dos protagonistas de cada edição, tal como vimos sua associação com K' e Maxima em 99 e com Elisabeth em KOF XI por diferentes motivos. Sua força é proveniente da auto-confiança que impõe sobre seus oponentes no seu estilo de luta e a vasta experiência que hoje ele tem nas competições. Una todas as suas vitórias com a bem sucedida carreira internacional de modelo para entender o porquê desse herdeiro milionário estar tão presente em King of Fighters. Um outro detalhe: Benimaru sempre muda o design de suas roupas para cada competição, mostrando como marca registrada a escolha de uma camisa que deixa seu abdômen à mostra. É muita irreverência para um só personagem. Ponto forte.

Não deixe a blusa de onça te enganar: ele te fritaria em segundos!
Nós ocidentais não temos a facilidade para aceitar personagens do naipe de Benimaru, mas basta meia-hora jogando com ele para esquecer qualquer preconceito - fato comum aos produtos modernos do Japão. Os bons jogadores sabem de sua excelente habilidade para ataques curtos, mas podem ficar tranquilos ao lutarem em média distância. Como o time clássico do Japão é um dos meus favoritos na série, não consigo imaginar KOF sem Benimaru, ou qualquer jogo da SNK que envolva seus universos de luta.

Design mais discreto, mas não menos estiloso da sua aparição em KOF XIV.
O time do Japão sempre possui as músicas mais interessantes de KOF. Mas sua união com personagens como Shingo Yabuki, K', Maxima, Lin e Seth na saga Nests deixou sua personalidade aparecer melhor nos temas dessas edições. A música "Inner Shade" (2000) é bela, cheia de glamour e espirituosa, assim como seu dono. Mas acho que o tema mais escandaloso é "Joyrider", do KOF 2003, pois traz todas as características acima e aquele toque de liberdade que Benimaru possui.

#13: Kim


Família. Essa é a primeira palavra-chave que define o lado bom de Kim. Este jovem mestre do Taekwondo se preocupa com todos de seu círculo como se fossem sua família. Basta dizer que ele "adotou" os ex-criminosos Chang e Choi, tornando-os seus discípulos como parte de um programa de reabilitação social por meio do esporte. E até mesmo seus dois filhos, Jae Hoon e Dong Hwan, são excelentes lutadores (do game Garou: Mark of the Wolves). E justiça. A segunda palavra-chefe sobre o sul-coreano representa por quais motivos ele luta no King of Fighters. E toda vez que uma entidade maligna surge, Kim se propõe a combatê-la por meio de sua maior frase: "O mal é imperdoável!"

Nem mesmo o novato Ash escapou do julgamento de Kim em KOF 2003.
Mesmo que Kim seja um personagem que represente integralmente a identidade da série The King of Fighters, seu surgimento se deu em Fatal Fury 2, onde adquiriu uma grande rivalidade com Terry Bogard, o astro da série. Mas Kim logo reconheceu o senso de justiça no americano e logo tornaram-se amigos. Em quase todos os KOF, Kim teve Chang e Choi ao seu lado, além da ajuda de seu amigo Jhun Hoon para cumprir a missão de lidar com ex-criminosos. Mas o time da Coréia foi desfeito em KOF XI e Kim viu que as mudanças de estilo de Terry podiam indicar um possível debandamento dele para o lado do crime. Preocupado com outro amigo, Duck King, o paladino da justiça resolveu coloca-lo em seu novo time. Mas claro que esse delírio durou pouco e surgiram duas outras vítimas dessa obsessão: Hwa Jai e Raiden, vilões do primeiro Fatal Fury. E Kim foi enganado pelos dois veteranos que se passaram por bonzinhos no final de XIII. O único time que Kim não agiu assim foi o de XIV, com seu mestre Gang-Il e a esposa de seu mestre, a sedutora Luong. Ambos foram em busca do resgate de Chang e Choi, não esquecendo do objetivo de promover o Taekwondo.

Kim é um dos poucos que não tiveram seu design refeito. Está tudo, OK.
O maior motivo de sua presença aqui é que este foi um dos primeiros personagens que me deu a noção de fazer combos, graças a facilidade de combinar os ataques fracos com seus golpes especiais, como o seu tradicional "facão" (Hien Zan). E claro, seus especiais são épicos. Vale lembrar que Kim está entre os favoritos da galera que joga competitivamente, pois Kim sempre tem diferentes armas em cada participação de KOF, aliás, ele não faltou a nenhuma edição! (Neo Wave não conta). Seu tema mais marcante é "Seoul Road" de KOF '96 em sua versão arranjada. Todo o espírito da justiça vigorosa está presente neste empolgante tema!

#12: Ryuji Yamazaki


Em outra postagem dessa série, eu disse o quanto gosto de personagens chamativos, para não dizer escandalosos. Gritos, extravagâncias e expressões excessivas ficam muito bem na série da SNK. E como não amar um cara que tem a risada mais insana de KOF?  (Desculpe, Iori) Como não achar estiloso alguém que usa uma casaco tão chique antes das lutas e ainda continue elegante mesmo sem ele? Como não gostar de alguém com os golpes mais ensandecidos de toda a SNK? Afinal quem mais consegue surrar o oponente e erguê-lo do chão usando somente os próprios dentes em um acesso de raiva? Yamazaki está aqui por isso e bastaria apenas esses detalhes para justificar esta posição.

Esta não é sua pose tradicional, mas em 2003 ele chega a fazer isso se ficar muito tempo parado.
Yamazaki já pertenceu a máfia japonesa, a temida Yakuza, mas há um passado mais triste antes disso. Desde criança, Ryuji sofria maus-tratos em sua vida como menino de rua, devido à exposição que o garoto tinha com as situações diárias e por nunca saber o que era ter uma família (opa, o assunto aqui nunca sai de foco). Seus únicos momentos de felicidade vieram quando um líder local da Yakuza adotou Yamazaki e finalmente ele teve a noção de um lar, ainda que seu caráter estivesse sendo moldado para tornar-se um homem impiedoso e sem escrúpulos. Quando seu mentor foi cruelmente torturado e assassinado na sua frente, ativou-se um gatilho da insanidade que tornou o lutador uma pessoa sem alguma noção de humanidade. E ainda por haver o sangue de Orochi em suas veias, Ryuji sempre foi sedento por sangue. Mas curiosamente nunca manifestou alguma Revolta de Sangue. Pois vaso ruim, não quebra.

O retorno triunfal de Yamazaki em KOF XIV como DLC foi a melhor notícia do ano para nós fãs da série.
Yamazaki atua no Oriente Asiático como criminoso ou assassino de aluguel, sempre perseguido por um personagem da série Fatal Fury, o policial chamado Hon-Fu. O único laço de respeito que Ryuji possui é com seu novo mentor, Geese Howard. Mas claro que isso só funciona a base de muitos pagamentos. Ele só participou da história de dois KOF, em 1997 e 2003, mas como aparece em outros Dream Matches (98, 2002 e agora como DLC em XIV) e sempre vira favorito dos jogadores. Seu tema mais recente remixado para KOF 14, "C62" ficou espetacular, superando sua versão clássica. Tomara que ele volte mais perturbado nas próximas edições, pronto a pisotear ainda mais seus inimigos.

#11: Duo Lon



Um personagem da saga Ash que incorpora muito das características apresentadas em KOF 2003, XI, XII e XIII. Este foi o período que novos protagonistas surgiram: Ash Crimson, Shen Woo e este ninja chamado Duo Lon. O que eles têm em comum: a falta de virtudes. Ambos tem alguma pitada de maldade ou desvio de caráter e foram uma tentativa da SNK Playmore de trazer novos fãs. Embora eu não tenha gostado da escolha de K', Maxima e Whip como os personagens principais da saga anterior, do cartel Nests, acho que aqui a mudança de personalidade e design foi bem preenchida pelo novo trio. E Duo Lon possui uma mistura de mistério sombrio, elegância e imponência. Eu vejo as três características presentes nos jogos que ele atuou (exceto XII...)

Esse é um dos especiais mais legais da saga Ash.
Ignore o fato de sua frágil aparência andrógina e assuma que seus trajes e golpes com espíritos prateados nos fazem lembrar um emissário da morte. Duo Lon é um membro do clã chinês de ninjas chamados Hizoku, o mesmo dos personagens Lin e Ron, sendo este último o pai de Duo Lon. Este é o motivo que convence o rapaz a juntar-se com Ash e Shen: encontrar seu pai e levá-lo de volta para casa como um inimigo a fim de recuperar sua boa fama de assassino no clã, pois passou a ser chamado de "o filho do traidor" (VIU COMO TUDO GIRA EM TORNO DE FAMÍLIA?). Assim que descobriu os objetivos malignos de Ash, Duo Lon mostra que não é tão mau assim e junta-se ao seu novo rival de lutas, Benimaru e a estreante Elisabeth para sair em busca da captura do francês. Duo Lon sabia de alguma forma que as ações de Ash eram uma ameaça para o seu mundo e seguiu nesse objetivo até capturá-lo.

Duo Lon acabou despertando seu heroísmo mais oculto a partir dos eventos de 2003.
Quanto ao seus golpes e estilo de jogo, acredito que ele tenha sofrido com tantas mudanças em pouco tempo. Sua primeira versão era mais lenta, porém devastadora. Em XI ele fica muito mais rápido e seu Leader Danger Move faz com que suas duplicatas causem um belo estrago aos adversários. Em XIII foi simplificado ainda mais, porém adaptou-se bem ao estilo do jogo. Ou seja, Duo Lon oferece um dos gameplays mais sólidos entre os novos personagens da série e é um desperdício que ele não tenha aparecido em KOF XIV. Mas acredito que um tempo na geladeira irá valorizar sua presença na série, pois será bem melhor do que entrar em um ciclo repetitivo e sem importância para o enredo de KOF.

KOF XII possui uma excelente arte para salvar o game de receber ainda mais críticas.
Suas trilhas sonoras são bem agitadas, mas doces demais para um ninja das sombras que manipula a energia da morte. Embora não combine tanto, seu tema de 2003, "Splendid Evil" é um dos melhores temas da série e combina com todas as novidades que sua presença garantiu na franquia.

________________________________________________________________________________

E chego ao fim desta penúltima parte do Top 50 Lutadores de KOF. Para deixar a curiosidade rolar, vou colocar uma lista de mais 25 lutadores bem destacáveis que ainda não apareceram entre os meus favoritos (em ordem alfabética):

- Adelheid Bernstein;
- Ash Crimson;
- Bonne Jenet;
- Chin Gentsai;
- Chizuru Kagura;
- Choi Boenge;
- Elisabeth Blanctorche;
- Geese Howard;
- Heidern;
- Iori Yagami;
- Kasumi Todoh;
- Kula Diamond;
- Kyo Kusanagi;
- Mai Shiranui;
- Mature;
- Oswald;
- Ralf Jones;
- Ramon;
- Ryo Sakazaki;
- Shen Woo;
- Shingo Yabuki;
- Takuma Sakazaki;
- Terry Bogard;
- Vanessa;
- Wolfgang Krauser.

Parte final na semana que vem, até mais!

SÉRIE COMPLETA:

Parte 1 (41º-50º)
Parte 2 (31º-40º) 
Parte 3 (21º-30º)
Parte 4 (11º-20º)
Parte 5 (4º-10º)
FINAL (1º-3)

Um comentário:

Leitura obrigatória:

SGP Especial: A História da EVO (Parte 1 - 1996 a 2001)

Muitos sabem que a Evolution Championship Series (ou EVO) tornou-se o maior evento dedicado aos jogos de luta no formato de torneio a...

O que foi mais lido neste ano: