quinta-feira, 11 de maio de 2017

Aquecimento para Injustice 2: DIA 30 - Análise por The Fighters Generation


Cumprindo a promessa de ontem, a postagem de hoje é especial para mim. Desde 2007, acompanho as novidades e análises do maior site de jogos de luta: The Fighters Generation. Seu webmaster e autor de análises é Frank Yagami, um jogador dedicado da série Tekken, Soul Calibur, Marvel vs. Capcom 2, Samurai Shodown, Street Fighter, entre outros grandes nomes do mundo dos fighting games. A análise mostrada aqui será do primeiro Injustice e é bem extensa, mas completa e com certeza é seu autor é um dos que me inspirou a escrever sobre minha maior paixão: jogos de luta. Depois de ler a tradução de seu review, visite o site TFG que realmente é uma autoridade em fighting games. Ele possui o maior acervo de imagens e análises de seu ramo. Comecemos.

INJUSTICE: GODS AMONG US


STORY:  Em uma realidade alternativa, o Coringa destruiu Metrópolis e fez com que Superman matasse por engano Lois Lane e seu filho ainda no ventre. Em retaliação, Superman assassina o Coringa na frente do Batman em um acesso de fúria e estabelece uma nova ordem mundial. Segue uma batalha entre as forças do Regime do Superman e aqueles que aliaram-se com a Insurgência de Batman. A Insurgência descobre o universo da Liga da Justiça onde os planos de Coringa não deram certo e teletransportam diversos daqueles super-heróis para sua realidade a fim de que eles ajudem a derrotar o Regime.
   
ANÁLISE: Antes de Injustice, os quadrinhos do universo DC adentraram o universo dos jogos de lutas apenas em duas vezes. Voltando para 1995, houve o Justice League: Task Force da Acclaim e 13 anos depois, veio o Mortal Kombat VS DC Universe da Midway. Desnecessário dizer, nenhum dos games atendeu as expectativas da maioria dos fãs de fighting games ou dos fãs da DC, nenhum deles fez "justiça" aos icônicos heróis e vilões da DC. Diante de uma grande pressão para finalmente criar um adequado jogo de luta DC, os estúdios NetherRealm, apoiado pela Warner Bros. (o time por detrás do reboot de Mortal Kombat em 2011), apresentam a sua mais recente contribuição, Injustice: Gods Among Us.

Quando você está lidando com os queridinhos mega ícones dos quadrinhos como Superman e Batman, é obviamente uma ideia inteligente criar um jogo que seja acessível para jogadores "iniciantes" em jogos de luta. Injustice claramente atende a necessidade dos novos jogadores desde o início, oferecendo um Tutorial no jogo assim que você começa o game. Eu fiquei impressionado com o Tutorial didático e direto ao ponto que te mantém integrado com as mecânicas de gameplay. Gosto de um tutorial sem absurdos que não tenta insistentemente fazê-lo gargalhar ou tomar horas da sua vida! Bravo.

12 heróis... 12 vilões... mais 6 personagens DLC.
Em termos de jogabilidade, Injustice toma emprestado uma enorme quantidade de ideias bem-sucedidas advindas de jogos de luta anteriores. Junto com a maioria das mecânicas estabelecidas que você esperaria de um jogo de MK, a atração definitiva do gameplay de Injustice é a interação com o ambiente em cada um de todos os cenários. Dependendo de onde os lutadores estão posicionados, eles são capazes de interagir com vários objetos de segundo plano, por exemplo: chutar seu oponente em direção a um helicóptero, apertar um botão que dispara mísseis e/ou mandar seu oponente voando para uma nova área do estágio. Fiquei surpreso em ver que alguns desses elementos de cenário podem também ser incorporados aos combos que tornam-se muito épico se você puder realizá-los.

As interações de tela dependem também do "tipo" do personagem. Por exemplo, um lutador de força como Apocalipse ou Superman podem erguer um carro e arremessá-lo na cabeça de seus oponentes, enquanto os mais ágeis como Mulher-Gato ou Asa Noturna podem pegar impulso no carro e pular na direção oposta. Além disso, personagens "engenhosos" como Batman e Coringa podem colocar explosivos no objeto do cenário e rapidamente detoná-lo. Enquanto novos são empolgantes... no decorrer do tempo, ataques de tela podem também se tornar ordinários e trapaceiros às vezes. Achei estranho que não há meio de "bloquear" estes ataques de ambiente, já que isso não deveria ser uma tarefa difícil para a maioria dos super-heróis. Já considerando que pouquíssimos jogos de luta experimentaram adicionar interações de cenário, devo ainda dar pontos à criatividade da equipe de desenvolvimento.

Tomando as interações de cenário como um passo adiante, certos ataques podem mandar o oponente espatifando até chegar em uma nova área. Quando um único ataque conecta, um cena de "transição" de 7 a 10 segundos irá ocorrer, consistindo basicamente no personagem atacado quicar em objetos de tela aleatórios, sendo atropelado por trens ou outros veículos, e/ou sofrer o pior na mão de personagens quaisquer da DC por um curto período. Na minha opinião, a maioria destas cut-scenes parecem forçadas, bobas e cinemáticas demais para um jogo de luta. Talvez se o frame rate não caísse tão rapidamente e os eventos sem graça ocorressem de forma menos exagerada, o resultado final seria mais agradável aos olhos. As boas novas é que as interações de tela podem ser "desligadas" para jogadores que queiram apenas trocar uns sopapos da forma convencional.

Exterminador traz poder de fogo... ao Arqueiro Verde, na verdade
Os cenários de Injustice estão estabelecidos em localizações da DC bem conhecidas, tais como Metrópolis, Atlântida, cidade de Gotham e a Batcaverna. Enquanto parece haver uma predominância de locais de Batman, os designs de tela são interessantes e oferecem uma impressionante profundidade visual. Os cenários também evoluem... ou melhor "desmontam" no decorrer da luta, com edifícios e estátuas vindo a ruir e telhados sendo destruídos aleatoriamente. Este efeito é definitivamente um colírio aos olhos na maioria dos casos, mas às vezes parece que o jogo está realmente demasiadamente "tentando" tornar tudo mais dramático. Coisas no segundo plano geralmente quebram sem razão aparente, causando um resultado final meio melodramático.

Claro que as apelativas interações de tela não manterão o interesse de jogadores mais sérios de fighting games por muito tempo. Ainda bem que a NetherRealm deu muita ênfase para as mecânicas de tradicionais de jogos de luta 2D. O núcleo da jogabilidade de Injustice emprega muito de Mortal Kombat (9), mas também apresenta-se de forma bem original. Tal como mencionei antes, o jogo atrai os iniciantes oferecendo comandos facílimos de golpes especiais, Super Moves a prova de falhas ao apertar apenas "2 botões" ao mesmo tempo e "1 botão" para os rápidos golpes de interação de tela. Sei que players mais técnicos de jogos de luta podem zombar de tais mecânicas tão simples, mas considerando que Injustice é uma nova franquia, ao menos a disposição dos controles se tornam intuitivos para a maioria dos jogadores de todos os níveis. Falando de intuitivo, NetherRealm Studios abandonou o infame "botão de bloqueio" de Mortal Kombat para Injustice. Defender agora é feito ao segurar trás (e baixo-trás para defender agachado)... estilo Street Fighter.

A maioria dos lutadores possui, em média, cerca de 10 a 13 golpes básicos em posição inicial, 10 a 15 combos padronizados e de 5 a 8 golpes especiais, que em sua maioria podem se tornar golpes especiais EX ou "gasto de barra". Todo Super Movimento é feito com os mesmos dois botões (L2 + R2) fazendo com que seja completamente impossível errá-los. Claro, combinando todos eles na ordem correta pode resultar em alguns combos bem extensos e com muito dano. Além disso, graças aos comandos simplificados de movimentos, há certos combos "fáceis e baratos" que arrancarão uma "porrada" de dano, especialmente porque os Super Moves são muito fáceis de serem conectados. Combos mais complicados irão requer timing preciso, mas existem alguns combos muito "simples" que realmente dão a impressão de fazerem o trabalho muito bem. Pessoalmente, acho que Injustice torna as coisas um pouco fáceis demais às vezes.

O modo de treino de Injustice tem os recursos básicos que você esperaria de um jogo de luta competitivo, tais como Opções de IA e Gravar/Reproduzir. Entretanto, a ferramenta de gravação não te permite praticar contra golpes que você gravou, você apenas pode assistir suas gravações... fazendo com que isso seja uma opção inútil. Outra falha de desenvolvimento no Practice Mode é que ele reinicia todos as suas escolhas cada vez que você retorna à seleção de personagens. Para os jogadores mais obstinados, a frame data é mostrada na tela para cada golpe (em todos os modos), o que é definitivamente ótimo. Junto dessas informações de animação, todos os golpes especiais (e alguns golpes padrões) na verdade têm descrições que te informarão sobre eles. Ter este tipo de informação dentro do jogo é definitivamente uma adição bem-vinda e algo que gostaria de ver em outros jogos de luta no futuro. 

Superman exibindo seu traje alternativo de "Os Novos 52".
A barra de Super de cada lutador é visualmente única, mas suas funções são semelhantes. Ela possui quatro seções que podem ser usadas para realizar golpes especiais "aprimorados" (também conhecidos como EX Especiais estilo-Capcom) ou iniciar um Super Golpe quando estiver completa. Outro sistema da jogabilidade, o chamado "Sistema de Colisão" incorpora jogadores apostando partes de suas barras em segredo, com a aposta mais alta vencendo a batalha. A Colisão é iniciada com uma cut-scene cinemática e resulta no recebimento de dano extra ao jogador perdedor e ganho de saúde ao vencedor. Se você me perguntar, o sistema de Colisão é um recurso trapaceiro dispensável e faz com que a maioria dos personagens pareça (e soe) bem patéticos.

Próximo à Barra de Super de cada lutador, você também verá um ícone com a "característica única do personagem" que é ativada com um simples apertar de botão (similar a BlazBlue). Cada característica específica de lutador ativa habilidades extras, aumento de dano, etc. Dessa forma, os lutadores de Injustice são de fato muito diferentes uns dos outros, não em termos de suas habilidades... mas visualmente. Cada lutador possui distintamente pulos, dashing e animações de nocaute peculiares. Sempre aprecio quando um jogo de luta vai além de seus limites para diversificar visualmente seu elenco e Injustice fez um grande trabalho nisso. Enquanto as animações brilham em certos pontos tais como esse, há também algumas falhas que valem ser mencionadas.

Considerando que este é um jogo de luta da NetherRealm, seria estranho se eu não mencionasse a qualidade das animações, certo? Enquanto eles fizeram um ótimo trabalho com alguns ataques e golpes especiais, no estilo típico de Mortal Kombat, há também algumas ridículas animações "travadas" e grosseiras que eles deixaram passar... mas apenas certos conhecedores de fighting games irão nota-las. Sendo justo, NetherRealm mostrou na verdade algumas das mais animações mais fluidas até então. Animações de dano particularmente parecem boas... os personagens ficam bem ao serem derrubados depois de um acerto. Entretanto, não tenho certeza se sou fã de como os personagens "ficam de pé" rapidamente depois do golpe final. Isso realmente tira a satisfação de um verdadeiro K.O.

NetherRealm dobrou-se completamente com o motor gráfico, mas no geral os visuais não parecem tão polidos quanto em MK9. Há certos efeitos visuais ótimos como destruição do cenário e dano visível aos trajes dos personagens. Porém, um defeito que tem atormentado muitos jogos anteriores de MK em 3D são suas cabeças feiosas por mais uma vez. Na verdade, a maioria dos rostos femininos são horrivelmente renderizados. Mulher-Maravilha e Ravena, em particular, realmente parecem homens vistas de certos ângulos. Eu não sei que diabos acontece na transição entre arte conceitual e gráficos 3D em jogo, mas todas nem todas são suaves. Durante o jogo, os cabelos estão também renderizados genericamente e dão o aspecto de serem plásticos (exceto o de Superman, por alguma razão), mas as animações faciais de quando os personagens estão conversando in-game parecem realistas. Apesar de algumas texturas de pele serem mal feitas, os modelos dos personagens causam uma boa impressão bem de perto.

Um defeito visual aparente é que o frame rate cai drasticamente durante muitos Super Moves, deixando na tela um efeito ondulante. Muitos Super Moves ainda parecem ser feitos para te "arrancar completamente fora do jogo". Enquanto isto funciona bem na maioria dos casos (como quando o Flash dá a volta ao mundo para socar seu oponente), isso termina em parecer fora do contexto em muitas outras situações (nos bizarros super movimentos de Ravena ou Ares que te levam para outros mundos, por exemplo). É o mesmo caso com muitas poses de vitória. Às vezes funciona, outras vezes... nem tanto (por exemplo, quando Lanterna Verde flutua cercado de um monte de sprites em 2D)... Embaraçoso.

O modo História de Injustice oferece cerca de 5 a 6 horas de cenas e jogatina.
O bem anunciado modo História de Injustice oferece mais do que um típico jogo de luta e é realmente uma jogatina divertida. Enquanto o valor da produção em geral é impressionante, a storyline em si não chega a despertar meu interesse tanto assim. Há um monte de encheção de linguiça e coisas previsíveis. Sem dar nenhum spoiler, penso que o roteiro é um pouco mal feito. Haver multi-universos e versões "boas" e "más" de cada personagem é um pouco de desleixo (e dá a eles passe livre para matar personagens à vontade). As cenas fluídas e o diálogo que entretém me mantiveram jogando, mas certas momentos de cenas previsíveis e aleatórios "Ei, você aqui também? Vamos lutar!" me deram sono. Cada capítulo ainda tem aproximadamente um ou dois momentos engraçados "espontâneos"... especialmente visto que a história torna-se em si muito séria. Além disso, também achei que os dois primeiros capítulos são ligeiramente ofensivas às mulheres. Qualé... Harley Quinn sendo estapeada e Mulher-Maravilha com uma ou duas fala "caridosas" forçadas (tanto que ela se destaca mais importante do que os homens). Boa, NetherRealm.

Encerrando de uma forma otimista, fiquei impressionado com quão rápido e perfeitamente começam as lutas dentro do Modo História. Há também alguns diálogos especiais de personagem para personagem durante as "Colisões", o que cria o efeito de que você está de fato jogando uma história. Como eu já esperava, a dificuldade do Modo História é bem fácil... permitindo que qualquer novato aleatório se sinta jogando bem este jogo. Percebi que as partes mais desafiadoras são na verdade os mini games espalhados através do Modo História. Estes eventos com mini jogos geralmente envolvem você atirando em coisas vindo na sua direção ou digitando comandos específicos nos botões para que a ação cinemática prossiga. Ainda que possam ser bobos, os mini games do modo Story são divertidos e mantém a atenção.

Um sucessor espiritual da Torre dos Desafios de MK9, surge o modo de Missões S.T.A.R. Labs para 1 jogador, que é uma série de desafios (240 para ser exato). A maioria delas são fáceis de serem passadas, mas posso ver que algumas delas poderiam frustrar alguns jogadores. Frequentemente, um único erro significa a repetição do desafio por mais uma vez, então muita paciência é exigida para certas missões. Elas oferecem uma tonelada de variedade, suficiente para me manter jogando por um bom tempo. Há realmente alguns desafios interessantes que virão a você, tais como: controles invertidos, luta no escuro, lutar com saúde baixa, etc. Há também pouquíssimos jogos de "plataforma 2D" nos quais você terá que derrotar caras maus aleatórios ou desviar de lasers (alguns divertidos, outros repetitivos). As missões são baseadas em diferentes lutadores na contagem de 10 em 10, lembrando vagamente um pouco da história pessoal de cada um. A primeira missão para cada lutador age ainda como um mini Tutorial de certa forma, já que te pede para realizar golpes especiais e combos básicos seguidamente.

A experiência no modo Online de Injustice é bem sólida no geral. De algumas poucas partidas que joguei, não houve muito lag assim. Seguindo a linha de outros jogos de luta recentes, a experiência online continua a evoluir e melhorar. Esse modo apresenta alguns modos decentes, incluindo "O Rei da Colina" que inclui até 8 jogadores em um lobby e um modo de prática de 2 jogadores. Tal como nos jogos passados de MK, o sistema de desbloqueio te manterá jogando por um tempo. Tudo que você fizer no jogo ganhará XP e desbloqueará itens para para customizar seu cartão de jogador (conhecido também como Cartão de Herói - porque o jogo "assume" que você é um herói). Você ganhará também "Chaves de Arsenal" e "Chaves de Acesso" que são usadas para destravar artes conceituais, músicas, cenários (nos quais você pode destruir tudo ao seu bel prazer) e novos trajes.

Última atualização da análise: 3 de junho de 2016
Desenvolvedor(es): NetherRealm Studios
Distribuidor(es): Warner Bros. Interactive
Arte por: Justin Murray   (trabalho de arte conceitual)
Plataforma(s): PS4, PS3, PS Vita, Xbox 360, Wii U, PC
Data(s) de lançamento:
16 de abril de 2013 - (PS3, 360, Wii U) - versão americana
6 de junho de 2013 -  (PS3, Wii U) - versão japonesa
12 de novembro de 2013 - (PS4/PS3/Vita/360/PC - como Ultimate Edition)

Vídeo em destaque: 
Personagens: Batman, Superman, Flash, Mulher-Maravilha, Mulher-Gato, Arqueiro Verde, Lanterna Verde, Coringa, Arlequina, Solomon Grundy, Asa Noturna, Bane, Shazam, Ciborgue, Exterminador, Lex Luthor, Aquaman, Mulher-Gavião, Sinestro, Apocalipse, Ravena, Adão Negro, Nevasca, Ares, Lobo, Batgirl, General Zod, Caçador de Marte, Zatanna, Scorpion


Motor de jogabilidade: 7.5 / 10
História / Tema: 8.5 / 10
Gráficos gerais: 8.5 / 10
Animações: 7.0 / 10
Música / Efeitos Sonoros: 6.5 / 10
Inovação: 8.0 / 10
Direção de Arte: 7.0 / 10
Customização: 8.0 / 10
Opções / Extras: 8.0 / 10
Introdução / Apresentação: 7.5 / 10
Fator Replay / Diversão:  6.5 / 10
Fator "Ouch": 7.5 / 10
Personagens: 8.0 / 10
RESULTADOS FINAIS: 7.9 / 10 (Decente)

Análise baseada na versão de PS3.

Palavras finais: Depois de dois jogos de luta fracassados da DC, seus fãs finalmente tem um que valha a pena ser jogado. Injustice entrega uma experiência tanto nova quanto tradicional de jogos de luta 2D e serve como uma respeitável homenagem aos já conhecidos heróis e vilões da DC. Para o jogador casual de fighting games, há uma porrada de coisas chamativas e "acessíveis" que te encantarão. Você pode dizer que Injustice serviria como um "pacote inicial ao gênero de jogos de luta" desta era. Para jogadores mais experientes, você acabará por odiar ou amar o jogo. Enquanto alguns jogadores por aí tem facilidade para mergulhar em qualquer novidade e começam a estudar frames... Eu não estou completamente "vendido" para Injustice.

Não critico o layout tradicional dos jogos de luta 2D para Injustice, mas quando eu penso sobre um jogo de luta com super-heróis, penso em combos extravagantes, super pulos e até mesmo combates aéreos mais adequados... faz sentido, não é? Entendo que Injustice não está tentando ser o Marvel VS Capcom, mas é bem estranho que super-heróis da DC lutem tanto assim no chão (e ironicamente nas cenas do modo história, claro, eles lutam lá no alto do céu). De vez em quando se você olhar de relance, a jogabilidade parece como o duro e velho Mortal Kombat.

Enquanto o gameplay e sistema de combos oferecem algo novo, elementos intuitivos, há certamente alguns problemas. Junto com os controles ultra-simplificados, um dos meus principais perrengues é que haja tantos lutadores "pesadões" no jogo. Sem o pulo alto ou super pulo e técnicas de desvio escassas, desviar de projéteis pode ser irritante pra caramba. Além disso, é simplesmente tão SEM GRAÇA enfrentar lutadores que possui "projéteis teleguiados" instantâneos e aqueles que podem teletransportar para qualquer canto da tela. Por fim, os objetos de interações no estágio que não podem ser bloqueados... Uau. As animações de quando os personagens pegam um objeto e atacam são ridiculamente rápidas, então boa sorte ao tentar desviar. Basicamente, se Superman estiver próximo a um carro... você está ferrado. Ainda que divertido por um tempo, as interações de estágio não são mais do que recurso barato para entreter jogadores casuais.

Outra coisa que me aborrece sobre Injustice é que a maioria dos personagens parecem muito pequenos na tela, tornando difícil enxergar suas animações. O time de desenvolvimento tentou colocar certas animações "legíveis" para que os jogadores podem prevê-las, mas quando estes golpes são repetidos (leia-se aqui spammados), alguns personagens acabam parecendo idiotas... por exemplo, Superman parece um retardado quando está "spamando" sua visão de Calor. No fim das contas, os modelos compactos dos personagens de Injustice realmente me fazem apreciar as proporções exageradas de lutadores do Street Fighter IV, por exemplo, pois realmente "preenchem a tela" em comparação com os de Injustice

Como já podem perceber, os estúdios NetherRealm redesenharam todos os trajes já conhecidos. Enquanto penso que alguns são aceitáveis, outros são apenas simplesmente horríveis... e sei que não sou o único que pensa assim. Na verdade, a primeira coisa que minha namorada disse sobre Injustice ao me ver jogando (sem ao menos saber da minha opinião) foi - "Por que eles fazem o Batman tão feio? Seu traje é tipo uma casca de barata". Ao passo que a aparência "mecanizada" caiu bem em alguns trajes, outros apenas parecem excessivamente complicados e/ou ficaram ridículos.

A graça salvadora é que a NetherRealm também criou uma porção de trajes alternativos baseados em diversas aparições passadas dos personagens em quadrinhos e nos programas de TV... o que é uma grande amostra de atenção aos fãs. Então pelo menos existem alguns trajes sóbrios no jogo, oferecendo ótimas opções de customização. NetherRealm também lançou DLC com pacotes de roupas por 2,99 dólares, o que não é um preço terrível por três trajes. Entretanto, não posso dizer que aprovo como eles estão lançando seus personagens DLC. Apenas um mês após o lançamento do jogo e já existe uma promoção de dois personagens DLC disponíveis por 5 dólares? Posso dizer que a NetherRealm escolheu estrategicamente Lobo e Batgirl como personagens mais queridos a serem pagos por DLC. O nome disso é "aproveitadores"...

Eu tentei o meu melhor para não soar tão negativo sobre o jogo, mas eu estaria sendo injusto aos meus leitores se eu não fosse honesto. Injustice é um jogo razoavelmente decente, mas peca em fundamentos de "um jogo de luta arcade" (visualmente e na jogabilidade) que ficam claramente visíveis aos meus olhos. Mesmo assim, comparado a outros jogos de super-heróis (que não são jogos de luta), a NetherRealm fez muita justiça em representar os quadrinhos DC no mundo dos games. Talvez você gostará de Injustice mais do que eu e posso entender o porquê, se isso acontecer. (O que realmente é possível se você for um amante da DC). Para todos os jogadores de fighting games, eu diria que Injustice é definitivamente digno de uma tentativa.

~TFG Webmaster
_________________________________________________________________________________

Todas as imagens e a análise original encontram-se originalmente aqui.
Aproveite para conferir a extensa galeria visual do site.

E encerro aqui esta longa e dedicada série de Aquecimento para Injustice 2.

Fui!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Leitura obrigatória:

SGP Especial: A História da EVO (Parte 1 - 1996 a 2001)

Muitos sabem que a Evolution Championship Series (ou EVO) tornou-se o maior evento dedicado aos jogos de luta no formato de torneio a...

O que foi mais lido neste ano: