segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

SGP Intercâmbio: Entrevista traduzida com o criador de Guilty Gear


Algo muito presente em sites de videogame nos últimos anos e que me desperta interesse instantâneo é o relato de produtores renomados, especialmente aqueles que trabalham com jogos de luta atuais como Yoshinori Ono (de Street Fighter), Katsuhiro Harada (de Tekken), Yasuyuki Oda (de The King of Fighters) e a estrela de hoje, Daisuke Ishiwatari. Ele é o criador, designer de personagens e compositor de trilhas sonoras em sua empresa, a Arc System Works, mais conhecida pelos poderosos e técnicos Guilty Gear e BlazBlue, dois sucessos japoneses que ao longo dos anos adquiriram espaço na exigente comunidade internacional dos fighting games.

Daisuke Ishiwatari, o Sol Badguy da vida real.
O lançamento de Dragon Ball FighterZ, mega sucesso produzido também pela Arc e distribuído pela Bandai Namco, a detentora dos direitos de uso da franquia de Goku, fez com que a empresa de Ishiwatari ganhasse maior destaque neste ano do que jamais foi visto. O redator Chris Carter do site Destructoid, um excelente site dedicado a games, nos traz algumas notícias sobre o futuro de Sol Badguy e um pouco do processo criativo de uma das mentes mais inovadoras do ramo. 


Desde 1998 no PlayStation 1, a série Guilty Gear cativa fãs por diversos motivos.
Fiz questão de traduzir e deixar registrado aqui no SuperGamePoint, um espaço virtual bem mais dedicado ao fighting games do que eu poderia imaginar que se tornaria quando criei o blog há quase um ano. Divirta-se com esta ótima leitura.

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Daisuke Ishiwatari, criador de Guilty Gear, se abre sobre o legado da Arc System Works, suas inspirações malucas e sobre o Nintendo Switch
por Chris Carter, do site Destructoid 
(veiculada originalmente em 15/02/2018)
e traduzido por LeBobsRick


"Após lançar Rev 2, está claro o que precisamos fazer para melhorar"

Daisuke Ishiwatari é um homem incansável. Se você não assistiu o especial de Criador de Jogos no canal da Toco Toco sobre ele, assista-o imediatamente (legendas em inglês disponível na plataforma)... Eu espero. Aquele mini-documentário aconteceu dois anos atrás, mas quando questionado sobre quanto tempo ele estaria interessado em fazer jogos, logo ontem me disse: "até que eu morra".



Ishiwatari atua na Arc System Works por mais de duas décadas e tem ajudado a moldar a imagem da empresa, produzindo alguns de seus melhores jogos, além de auxiliar na progressiva presença da Arc em eventos maiores de jogos de luta como a EVO. Aqui estão algumas de suas ideias de como a companhia pode crescer e o que se espera para o futuro.

A EVO 2018, maior evento de fighters, contará com três games da Arc.
Figurando bem no topo deste artigo está Sol Badguy, um dos personagens principais da série Guilty Gear e o auto-descrito "alter ego" de Ishiwatari. Depois de contar a ele que uma vez fui impedido de entrar na casa de um amigo por conta do quão habilidoso eu era jogando com ele, Ishiwatari imediatamente sorriu e posicionou-se para o modo de entrevista. Este homem ama seu trabalho mais do que quase todos os desenvolvedores com quem falei até o momento e mostrou isso através de sua linguagem corporal.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

SGP Intercâmbio: A oportunidade cada vez mais importante de Dragon Ball FighterZ

Bem-vindos ao ano de 2018!... Nem reparem que a primeira postagem do ano só está acontecendo agora. O SuperGamePoint não voltará ao seu padrão de periodicidade, mas nunca ficará sem novidades por tanto tempo quanto um mês inteiro, viu?! Sou LeBobsRick e espero que você fique à vontade neste espaço dedicado à minha paixão com as minhas séries e meu gênero favorito nos games.


Comece 2018 chutando vilões e heróis de Dragon Ball FighterZ no PS4, Xbox One e PC.
No mês de janeiro, tivemos três grandes lançamentos do universo dos jogos de luta: Street Fighter V Arcade Edition, Dissidia Final Fantasy NT e Dragon Ball FighterZ, um dos mais aguardados por todos os fãs de jogos eletrônicos e amantes do mundo nipônico dos animes. Todos sabem que o site Shoryuken.com é uma referência sobre notícias e artigos de qualidade dos fighting games, mas como a língua inglesa é uma barreira para ávidos e dedicados leitores do gênero, me senti na obrigação de trazer para o português algo que realmente seja indispensável para essa tão exigente e única comunidade dos games sobre o lançamento da Bandai Namco em parceria com a Arc System Works.



DBFZ, segundo o autor do artigo, Frabisaur, é uma oportunidade para colocar a porradaria virtual em destaque no mundo dos esportes eletrônicos - financeiramente falando - e permitir que os membros da FGC (Fighting Games Community) olhem uns para os outros de uma nova forma. Vá por mim, esta é uma boa leitura!

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A oportunidade cada vez mais importante de Dragon Ball FighterZ

Por Frabisaur em 1º de fevereiro de 2018


É difícil colocar em palavras a energia que vem fluindo por toda a comunidade dos jogos de luta nessas últimas semanas. Dragon Ball FighterZ sem dúvidas estabeleceu uma nova máxima para um lançamento de seu gênero; linhas do tempo, fóruns, Discords e streams foram abarrotadas de conteúdo e exploração de DBFZ, pois a simples empolgação criou uma força de gravidade que está atraindo qualquer um.


O game está indo bem; muito bem na verdade.

Observações evidentes a parte, eu quero pôr em discussão a oportunidade cada vez mais importante que este evento está proporcionando à FGC – e se não a aproveitarmos agora, pode demorar um bom tempo até que ela nos seja oferecida novamente. Há duas coisas em particular que Dragon Ball FighterZ está estendendo a nós: dinheiro significativo e expansão da comunidade dos jogos de luta. Finanças em primeiro lugar, porque se há algo que necessitamos compreender é o poder do dinheiro; as oportunidades internas à FGC, eu coloco em segundo plano.

Três carros-chefes dos fighters: MK, Smash e SF. É possível dedicar-se aos três de forma competitiva?
Quanto mais eu olho para trás, vejo que a FGC sempre existiu em facções. Não é para dizer que não somos uma grande família, mas sim que separamos uns aos outros. Fighting games, ainda que ofereçam a mesma experiência em seu âmago, possuem uma ampla variedade de expressões que se conectam com diferentes pessoas. Os jogos de anime, versus, arena, 2D, 3D, plataforma e outros são todos muito específicos, enquanto ainda mantém a essência de um jogo de luta. Estas diferenciações significam que mesmo que a FGC no geral tenha uma alta quantidade de adeptos, ela se espalha de forma pouco abundante, sem fazer parte de um grande todo. Raros são os verdadeiros jogadores de múltiplos games que comprarão e darão suporte aos múltiplos gêneros desses mesmos jogos de luta. Quantos jogadores de Marvel vs. Capcom: Infinite ingressam em grandes torneios de BlazBlue? Quantos Smashers dedicam-se nas partidas ranqueadas de SFVAE? Poucos. Mais uma vez, isso não é algo ruim. Na verdade, é muito belo: nós podemos ser muito diferentes ainda que dividamos esta fundamental experiência em seu cerne. Entretanto, isso nos traz um grande problema pela perspectiva financeira: nós particularmente não damos o devido valor aos desenvolvedores.


Por que outros esports levam toda a grana? Por que seus produtores investem tanto em suporte e produção após o lançamento de seus jogos e os nossos não o fazem? Por que a qualidade do servidor dos outros é tão maior? Por que é bem mais fácil conseguir patrocinadores para outro time de CS: GO, enquanto é tão difícil fazer com que um único membro da FGC seja patrocinado de verdade? A resposta é dinheiro. Os gêneros de FPS e MOBA gabam-se das dezenas de milhões de usuários ativos que culminam em seus lucros, anos após ano. Os usuários destes jogos são mais significantes tanto em números quanto na questão de serem menos divididos, uma vez que jogarão e darão suporte a maioria dos jogos desses gêneros. Desta forma, desenvolvedores e patrocinadores possuem tantos recursos como motivação para investir completamente nestas bases de jogadores.

Entenda, não é a paixão que separa as comunidades. Os jogadores e desenvolvedores todos possuem profundo carinho pelo que fazem. Mas, se não há dinheiro, não poderá haver produtos.

A verdade nua e crua é que a FGC não chega nem perto de ser lucrativa ou segura para investimentos, esse é o motivo que nos impede de ter o apoio ou as oportunidades que as outras comunidades recebem. Por exemplo, vocês sabiam que quando um investidor deseja promover um grande torneio de CS: GO ou LoL, eles pagam a outros times por sua participação e não o contrário? Sim, você leu corretamente. Investidores pagam organizações como a Liquid, NRG e Evil Geniuses por sua participação em seus torneios. Então deixe-me perguntar, qual motivação teria um grupo como a Liquid em pagar salários aos jogadores da FGC, quando eles mesmos são os responsáveis por gerar os valores para que esses jogadores possam competir?

Caso contratem outro time de FPS ou MOBA, farão anúncios para, no mínimo, um quarto do meio milhão de consumidores em cada torneio. Caso escolham um jogador da FGC, podem esperar por apenas 16.000 em uma boa semana.

Aí está a questão. Se desejamos ter o tipo de oportunidades que estas outras comunidades regularmente recebem, então devemos nos reunir e tornarmos uma base consumidora que eles não possam dar o luxo de ignorar. Não é porque não possuímos o poder, é porque necessitamos consolidá-lo. E por incrível que pareça, nós finalmente temos um game que está nos dando essa realização!


Enfim, aqui está a forma deste jogo não se tornar uma vitória apenas para desenvolvedores e investidores, mas uma grande vitória para nós também. Como havia dito, não é ruim que haja diversidade na expressão de nossa comunidade. Na verdade, esta é uma das marcas que nos fazem tão excelentes. Nunca devemos ser forçados a jogar algo apenas para aumentar o seu valor de mercado, isso seria a antítese da paixão!

A vantagem de Dragon Ball FighterZ é que este é um game que está despertando a nossa vontade de ficarmos juntos.

Ele oferece a nós muito do que exigimos de um jogo. DBFZ combina visuais estonteantes com profundo respeito por uma franquia que todos sentem um enorme carinho. Ele mistura o fator da acessibilidade com a profundidade competitiva que permite tanto jogadores novos ou experientes encontrarem o seu lugar. Ele contém muita liberdade criativa e expressão que podem ser efetivamente utilizadas em jogo a sua própria maneira.

Esse é o único jogo que conheço que literalmente cada sub comunidade da FGC está juntando-se para lutar. Nunca surgiu algo antes que atraísse membros de cada canto da comunidade. Este é um game que pode nos unir e nos fazer crescer a certo ponto que ainda devemos experimentar. Pessoas estão chegando em grande número na FGC enquanto você lê isso. Pessoas que saíram agora estão de volta, pessoas de comunidades muito próximas a esta, além de jogadores completamente novos ansiosos para experimentar este jogo empolgante e estonteante baseados em sua amada série de TV.


Então aqui é a nossa chance, homens e mulheres da FGC. Agora não é a hora para arrogância e agressividade. Cada um quer impor sua bandeira como o alfa, o rei da nova colina que surgiu, a qualquer custo. E estou aqui para dizer: não o faça.

Esta oportunidade é muito maior do que vitórias pessoais ou ambições egoístas! É a nossa chance de dar boas-vindas a novos jogadores de diferentes cenários à nossa comunidade e ajuda-los a aprender o que faz este jogo – e a comunidade – tão especial. É a nossa chance de crescer e nos tornarmos um grupo mais forte de gamers e competidores como nunca fomos. É a nossa chance de aprimorar nossas técnicas e alcance absolutos, por meio de um novo olhar e pensamento para desenvolver e refinar nosso entendimento sobre a nossa paixão em comum. Coloque de lado sua hostilidade com os outros. Abandone os xingamentos e birras inúteis. Eduque-se. Responda questões. Doe seu tempo para jogadores novos e em transição ao invés de afastá-los e, eu prometo, que iremos ser algo bem maior do que já pudemos imaginar.



FRABISAUR

Artigo original: clique aqui para ler.

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De alguma forma, vocês acham que a opinião do Frabisaur é muito fantasiosa ou vem na medida certa para pensar sobre o rumo dos fighting games? Eu fico com a segunda opção e digo mais: a comunidade brasileira já está um passo a frente de outras, mesmo com tanta rivalidade dentro de fãs de sub-gêneros iguais, como Street Fighter e The King of Fighters.


Minha hype está garantida para esse ano com KOF XIV: venha logo, mister Oswald.
Venho tratando SF e KOF como algo para aprendizado competitivo, enquanto as outras como Tekken, Injustice, Mortal Kombat e Guilty Gear como pura diversão casual. DBFZ e MvC Infinite estarão nesse divisor de águas deste ano para mim.

Aguardo a opinião de vocês nos comentários. FUI!

PS: Caso gostem de polêmica e consigam compreender um pouco do inglês, deem uma olhada nos comentários do artigo original. Lá o bicho tá pegando fogo!!!

Leitura obrigatória:

SGP Especial: A História da EVO (Parte 1 - 1996 a 2001)

Muitos sabem que a Evolution Championship Series (ou EVO) tornou-se o maior evento dedicado aos jogos de luta no formato de torneio a...

O que foi mais lido neste ano: