sexta-feira, 16 de junho de 2017

Marvel vs. Capcom Infinite: Avaliação da Demonstração de Estória


Não sou tão fã de transmissões ao vivo, especialmente da E3 pois a maioria dos games são de gêneros que mal passo perto, mas eu tinha que assistir a conferência da Sony. Ela tornou-se até que tradicional em revelar novidades dos fighting games. E como o Marvel vs. Capcom: Infinite é o próximo lançamento da Capcom, era bem possível sua aparição na feira devido a proximidade de lançamento em setembro. E como é bom assistir um trailer que dá aquela informação bombástica no final:



Mais uma vez, a Capcom surpreende com as palavras "avaliable now" tal como no final do ano passado na Sony Experience 2016 ao revelar que os usuários de PS4 poderiam jogar imediatamente Ultimate Marvel vs. Capcom 3, mas desta vez foi o anúncio da demonstração gratuita de Infinite para nos deixar mais animados com o game. Porém quando a esmola é demais, o santo desconfia, pois temos em mãos uma prévia até que complicada do jogo que já vinha recebendo diversas críticas às suas escolhas gráficas. Tudo porque sua apresentação é bem corrida.

Será que este foi o modelo para o rosto da Chun-Li?
Devido aos rostos mais largos (Ryu, Dante e Chris), feições mais caricatas (Chun-Li) e exagero proposital muscular (Capitão América), o jogo recebeu mais críticas ainda quanto aos modelos de seus personagens. E alguns afirmam até que o game ficou com cara de mobile - confesso que fiquei com essa impressão também. Mas somente uma coisa pode amedrontar os verdadeiros jogadores de fighting games: jogabilidade. Está diferente e mesmo assim, ainda está mais do mesmo. Explico.



Sobre o gameplay: Ao jogar a demonstração do game no PS4 tive problemas de adaptação com combos, mas isso apenas porque a produtora do jogo deu ênfase ao modo "estória" com "e" mesmo, no qual jogamos com muitos personagens, porém nossos adversários são os genéricos Ultron Drones e Xgardians que morrem na menor tentativa de estender um combo com troca de personagem. O layout de botões era mais intuitivo com ataques fraco, médio e forte além do launcher. Agora o sistema retorna ao padrão de Marvel vs. Capcom 2 com dois socos e dois chutes, trazendo os botões "médios" ao apertar o fraco duas vezes. Ainda há um botão reservado ao uso das Gemas do Infinito, a grande novidade do jogo, e um último para troca rápida de lutador. Basta acostumar com tudo isso, mas como preferia um Training Mode por hora, tal como aconteceu com Guilty Gear Xrd Rev 2...



Já sabemos que as Infinite Stones são a maior novidade do sistema de jogo. Muitos dizem que as pedras seriam como um terceiro lutador (em referência a MVC2 e 3), mas isso é irrelevante. Os combates estão mais lentos (leia-se "controláveis") e até um pouco mais técnicos com a novidade das pedras. Com um botão, você ativa a habilidade padrão de cada pedra: com a Gema do Poder seu lutador dá um golpe que quica o oponente na parede e volta na sua direção, permitindo acertá-lo de novo; com a Gema do Tempo os lutadores dão um dash verde que atravessa o oponente (ao estilo de Bison em SFV). Ao apertar o botão da Pedra + Troca (L1 + R1), você ativa a Tempestade do Infinito que rememora aquele especial do primeiro MVC no qual seus dois personagens ficam na tela (agora com um fundo brilhante), utilizando a habilidade mais poderosa para cada gema.

Dê uma olhada nos combos que o insuperável Desk já se propôs a gravar:



Minha maior preocupação com o jogo era o Easy Mode (o modo de combos automáticos padrão da série), mas ainda que não tenha redução de dano, ele não dá nenhuma vantagem em relação ao jogador que o fizer "na raça". Os combos e air-combos podem ser estendidos ainda mais com os OTG (acertos no chão que golpes específicos providenciam) e finalizados com o uso de Hyper Combos (também com Easy Mode ao apertar Soco Forte + Chute Forte) tal como no jogo passado, mas há um detalhe interessante: em memória aos jogos clássicos, Marvel Super Heroes (1995) e X-Men vs. Street Fighter (1996), é possível levantar o adversário do chão com o uso de botões. Bela adição para a diversão do game.

Tudo neste jogo valorizava bem os conceitos de personagens Marvel e as Gemas do Infinito.
Sobre o elenco: Recentemente, uma lista com novidades sobre o futuro de Street Fighter V e Marvel vs. Capcom Infinite apareceu nos fóruns da Reddit. Uma lista de personagens surgiu naquele momento e agora que mais desses foram revelados como Dante, Arthur, Spencer, Gamora, Thanos e o Black Panther via DLC, as previsões vão se tornando verdade. Zero também entra nessa conta. Mas em relação aos 50 lutadores de Ultimate MVC3, o elenco está reduzido (e com poucas novidades). Segue a lista (com os novos sublinhados):

LADO MARVEL
  1. Capitão América
  2. Homem de Ferro
  3. Capitã Marvel
  4. Thor
  5. Hulk
  6. Gavião Arqueiro
  7. Rocket Raccoon (auxiliado por Groot em seus golpes)
  8. Ultron
  9. Pantera Negra (DLC)
  10. Gamora
  11. Thanos
  12. Doutor Estranho
  13. Nova
Já jogou Strider? Experimente o novo e os antigos para conhecer Meiou.
LADO CAPCOM
  1. Ryu (Street Fighter)
  2. Megaman X
  3. Morrigan (Darkstalkers)
  4. Chun-Li 
  5. Chris Redfield
  6. Strider Hiryu
  7. Sigma (DLC)
  8. Ultron-Sigma (Boss - fusão criada exclusivamente para este jogo)
  9. Dante
  10. Spencer
  11. Arthur
  12. Zero
  13. Grandmaster Meio (vilão de Strider - aparece no trailer do modo história)
Com a ausência dos X-Men, as montagens irônicas já começaram.
E quantos aos outros incluídos nesta lista, temos: Songbird (Soprano), Doctor Octopus, Ant-Man (Homem-Formiga), Venom (como DLC), Star-Lord, Black Widow (Viúva Negra), todos como novidades pelo lado Marvel - e a fim de privilegiar os filmes atuais da editora como Vingadores e Guardiões da Galáxia. Do lado da Capcom, excelentes adições: Leon Kennedy (Resident Evil), Hunter e o dragão Rathalos (ambos de Monster Hunter), Jedah (vilão de Darkstalkers), Asura (de Asura's Wrath), além da volta de Frank West (Dead Rising), Firebrand (ou Red Arremer no oriente) e o lendário Captain Commando. Cogita-se ainda que um personagem novo de Street Fighter V e um terceiro lutador de Darkstalkers estejam no jogo. Devido a certos problemas autorais com os X-Men e o Quarteto Fantástico, os personagens destas séries viriam apenas como DLC em futuras temporadas.

A simplicidade dos modelos tornou-se um grave chamativo para os fãs da série. 
Sobre a história: Ultron e Sigma, formas de vida robótica desejam o fim da vida orgânica - ou seja, humanos e animais estão condenados à extinção. Os dois deram um jeito de fundir universos (neste caso da Marvel e da Capcom) e vemos o antigo reino dos deuses nórdicos, Asgard, invadida por drones e por uma poderosa fusão: Ultron-Sigma. A partir daí, o combate entre vida natural e artificial tornou-se o mote da história do crossover. Como visto no trailer de história, poderosos vilões como Thanos poderão se juntar aos heróis para impedir que os robôs dominem o universo. Embora a demonstração não seja tão eficiente em valorizar o enredo, acredito que a história será um dos melhores momentos do próximo game da Capcom.


Enfim, o jogo deverá ser bem divertido em sua versão de lançamento, mas esta demonstração ainda deixou dúvidas sobre a qualidade (especialmente dos gráficos), devido a impossibilidade de se aprofundar no gameplay com mais calma. Se você for insistente e jogar a "estória" por uma centena de vezes, então você tem a chance de aproveitar bem o game.

Até mais!

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