terça-feira, 28 de março de 2017

SGP Editorial: The King of Fighters e Eu


No primeiro dia de postagem do blog, eu jamais deixaria de fazer uma postagem especial sobre a minha relação com a melhor série de luta da japonesa SNK: The King of Fighters. É quase impossível ter jogado videogame e não conhecer essa série que existe desde 1994 e está entre as séries mais conhecidas dos fighting games. 

Personagens mais que famosos como Iori Yagami, Kyo Kusanagi e Mai Shiranui fazem parte de uma franquia que possui mais de 50 jogos e que teve até um filme baseado (bem baseado mesmo - ambiguidade ON) na história da série. Mas minha primeira paixão pela série começou em 1997.

Eu tinha uns 9 anos quando peguei gosto de ir ao fliperama que tinha perto de casa quando morava no bairro do Jabaquara, em São Paulo. Na verdade havia dois. Mas somente em um deles havia umas dez máquinas. E lá tinha meu game favorito daquela época: Street Fighter Alpha 2. Amava o som, as artes, os golpes e a jogabilidade daquele game e achava que nunca seria lançado algo melhor do que aquilo. Vale lembrar que ele foi lançado em 1996 e já não era a grande novidade. 

Uma das mais lindas telas de Player Select da história... fora a música dela. Impecável!
Aí um tal de The King of Fighters '97 apareceu e tomou o lugar dele como a máquina principal (que ficava na entrada do local). SFA2 foi mandada para os fundos, o que no começo foi uma ótima ideia pra mim, pois finalmente ela ficava vazia - e assim eu podia jogar em paz. Sempre perdia pro Guy e pro Adon, mas tudo bem.

A grande novidade de 1997 eram os gritos de Iori e Leona que ecoavam alto pelo fliperama.
Então alguns meninos (folgados, por sinal) sempre vinham pra dividir ficha comigo e pediam pra jogar Street. Depois que "firmamos amizade", ele me perguntou: "Por que você não joga tequingue?" Menosprezei a máquina nova falando que não gostava (mesmo sem ter jogado sequer uma vez). Ele me mostrou como jogava e ainda assim, não dei muita chance pro jogo. Eu estava muito acostumado com o padrão "fofo" da Capcom e achei que aquele jogo era meio zuado, como se fosse uma cópia barata de bons jogos de luta.

Duvido que você não lembrou do narrador do KOF '97 quando viu essa foto. 
Alguns meses depois, um colega da escola começou a me mostrar algumas revistas de videogame com matérias ilustrando a arte de personagens do KOF. Enquanto ia me mostrando (e eu ia babando com as artes do Shinkiro, grande ilustrador oficial da história da SNK), aproveitou pra me contar a história dos personagens. E eram tantos detalhes - inclusive saber o sobrenome dos personagens, algo que achei incrível - que comecei a ficar curioso pelo jogo. E passei a sair da escola e ir direto para o fliperama jogar o KOF '97 e ver os outros caras jogarem (já em 1998). Virou paixão.

Sério... olha o nível dessa arte. Era o padrão da época de ouro da SNK.
Comecei a ler revistas de videogame e ficava esperando novidades sobre o próximo KOF. Daí conheci o KOF '98 por meio de uma matéria especial da saudosa e majestosa revista Gamers que detalhava mudanças da nova versão e dava detalhes sobre o mais novo game da SNK. Demorou para chegar KOF '98 no fliper do bairro, mas quando a máquina chegou, fiquei apaixonado pela Mature e pela Vice. Comecei a achar tudo muito estiloso no game que eu tanto desdenhava antes.

Acho que li e reli esta revista umas cem vezes. Olha o nível dos jogos na capa... Aquilo era o ouro da época.
Quando me mudei para a cidade de Diadema, também mudei de escola e conheci novos amigos. E a maioria deles era viciado em fliperama, principalmente o KOF. Fiquei mais interessado ainda e lá nesse novo bairro (Nações, Canhema), conheci as primeiras versões de KOF: '94, '95 e '96. Me encantei por aqueles jogos. E aguardei ansioso o lançamento do KOF '99.

KOF '99: a primeira grande mudança da série está aqui, os Strikers.
The King of Fighters '99 foi lançado e a primeira vez que joguei foi com um colega na temida favela da Coca (ainda em Diadema). Aí aprendi a não ter medo de entrar em qualquer lugar pra jogar (sim, esse é um sinal de vício). E voltei para o bairro do Jabaquara no começo de 2001... mas não tinha mais fliperamas por lá.

Meu pai me deu um Dreamcast no meu aniversário de 14 anos. E com ele a paixão se manteve pois quase derreti o canhão do console de tanto jogar fighting games, como KOF '99 Evolution e Marvel vs. Capcom 2 (excelentes presentes de natal que minha mãe providenciou). KOF 2000 também passou pelo meu Dreamcast em seus dias finais de vida.

Krizalid foi o meu personagem favorito por um bom tempo.
Passou o tempo, eu fui perdendo e adquirindo novos consoles e sempre corri atrás de The King. Quando voltei para Diadema (mais uma vez, agora em 2003), meu console era um Nintendo 64; por causa disso, tinha perdido a chance de jogar KOF 2001, 2002 e 2003 em seus lançamentos (afinal, os consoles Nintendo mal chegaram perto de KOF). Aí conheci meus grandes mentores de jogatina: Gordinho (as vezes chamado de Wellington pela família e autoridades), Schizo (hoje Alemeras) e o Sansão (sempre o mesmo). 

E morar em Diadema era excelente, pois, além dos meus amigos, ainda havia um lugar que hoje é lendário na memória de muta gente: "A.R.Play Games". O último fliperama que houve no centro dessa cidade do ABC, que reuniu muita gente nos anos 2000. Vale mencionar aqui o fliper da Kalita que ficava na rua de trás da minha casa. Foi nesse tempo que KOF 2002 entrou na minha vida. Mas descobri que minha paixão era a KOF '98 mesmo. Segue abaixo um contra dos lendários KOF Players: Uchila Lee (Alan) e Venâncio Fury, frequentadores da A.R.



Depois que adquiri um PC decente, joguei os KOF restantes em emulador e criei uma breve paixão por KOF 2003. Nesse tempo, conheci a minha paixão absoluta na série: The King of Fighters XI. Parecia que aquele seria o ápice da série pra mim. Pela primeira vez aprendi a jogar um game da série e me dediquei muito aquele jogo. Muitos contras na saudosa Kira Games (videogame por hora) - fora as horas no Guitar Hero, mas aí é outra história. Já fiz alguns dos combos do vídeo abaixo. Isso foi a KOF XI.


Em 2007, minha paixão e dos meus amigos nos levaram a criar um site específico sobre KOF. Daí nasceu o KOFPoint, que passou a ser o nome da equipe. Conhecemos o Hyousuke (David, que alegam ser o meu irmão gêmeo perdido na maternidade) e ele nos levou a vários eventos de anime. Nesses eventos nós tínhamos a seguinte dinâmica: a equipe do evento fornecia um espaço (as vezes uma sala de aula, já que a maioria dos eventos eram feitos em colégios ou faculdades nos finais de semana). Nós levávamos TV e videogames. E o público podia chegar na sala e jogar a vontade. 

Muitos KOF foram lançados depois disso e em cada lançamento eu me dediquei aos jogos da série - exceto a KOF XII, que para nós da equipe sempre foi um beta - mas nunca deixamos de jogar até lançarem a XIII. E hoje vivencio a KOF XIV que está firme e forte - não tanto quanto eu quero, mas acredito que esse ano promete.

- Não vou entrar em mais detalhes para não estender ainda mais a postagem. -

A partir de amanhã começo a primeira parte de uma série de postagens especiais sobre cada episódio da série KOF, iniciando pelos jogos que possuem Orochi como enredo principal.
Veja o que vem por aí:

The King of Fighters '95
The King of Fighters '96
The King of Fighters '97
The King of Fighters '98

Até mais!

PS: Enquanto eu procurava coisas antigas do KOFPoint, achei nosso antigo e valioso fórum.

Um comentário:

Leitura obrigatória:

SGP Especial: A História da EVO (Parte 1 - 1996 a 2001)

Muitos sabem que a Evolution Championship Series (ou EVO) tornou-se o maior evento dedicado aos jogos de luta no formato de torneio a...

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